O Banco do Brasil nomeou como diretor da Unidade de Desenvolvimento Sustentável o ex-superintendente na Bahia e no Rio Grande do Norte, Rodrigo Santos Nogueira, sobre quem pesam inúmeras denúncias de assédio moral contra subordinados naqueles dois Estados. A nomeação contradiz na prática o espírito da cláusula do acordo assinado no dia 21 de outubro, pela qual o BB "se compromete a implementar Programa de Gestão da Ética, manter ações combate ao assédio moral e de outros eventuais desvios comportamentais".
Ficou estabelecido no acordo que, como parte do programa, serão criados até junho de 2010 um comitê superior e comitês regionais de ética em todas as unidades da federação, com participação de representantes eleitos dos funcionários. O banco também se comprometeu a distribuir cartilhas contra o assédio moral para combater essa prática principalmente entre os gestores.
"Já passou mais de um mês da assinatura do acordo e até agora o banco não se mexeu no sentido de viabilizar os comitês de ética e a distribuição das cartilhas. Além disso, numa afronta ao acordo, promove para a diretoria um notório praticante do assédio moral", denuncia Marcel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT.
Novo plano de metas amplia assédio
A Contraf-CUT também recebeu denúncia do Sindicato dos Bancários de São Paulo de que a implementação de um novo plano de metas no BB está aumentando os casos de assédio moral nas agências. Chamado de Douradão, o programa visa ampliar a carteira de crédito da empresa até o final do ano, sem levar em consideração as metas do ATB e do Sinergia.
"Na prática, o BB já conseguiu ampliar com as novas metas o assédio moral nas agências", afirma o diretor do Sindicato de São Paulo, Ernesto Izumi. O Sindicato confirmou que a Superintendência de Varejo está fazendo um ranking de metas por funcionário, que é divulgado na rede de comunicação interna. Além disso, o BB também está mudando seus processos de avaliação, incluindo metas individuais na avaliação de desempenho.
Fonte: Contraf-CUT, com Seeb São Paulo