Crédito: Jailton Garcia/Rede de Comunicação dos Bancários
Jailton Garcia/Rede de Comunicação dos Bancários
O bancário e deputado federal (PT-SP)defendeu a redução da taxa de juros

O deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP) defendeu durante palestra sobre análise de conjuntura neste sábado 30, na 13ª Conferência Nacional dos Bancários, a redução da taxa de juros como o principal elemento para estimular o crescimento econômico e o desenvolvimento industrial brasileiro.

 Em sua exposição, Berzoini criticou a atuação conservadora do Banco Central. Para o deputado, a forma como o BC vem conduzindo e aumentando, mês após mês, a taxa de juros vai contra a necessidade do país de continuar crescendo. "O Banco Central tem atuado como um verdadeiro sindicato dos banqueiros e não está interessado em defender os anseios da sociedade", criticou.

Berzoini afirmou que a atual taxa oficial de 12,5% de juros vem freando os investimentos estrangeiros. "Estamos vivendo um período de desindustralização, mesmo tendo potencial para avançar e expandir nosso parque industrial. O nosso atual sistema financeiro esfola a micro e pequena empresa, o cliente de baixa renda e enche o bolso dos banqueiros".

Bancários são exemplo para trabalhadores

O deputado elogiou a atuação dos bancários para pressionar e não permitir que a política nefasta do órgão monetário nacional continue prejudicando o desenvolvimento e os interesses da sociedade brasileira. Segundo ele, a categoria bancária serve como modelo de organização sindical e deve ter voz ativa no debate para garantir que o sistema financeiro apóie o desenvolvimento do país.

"Uma das formas de ajudar o governo federal é acirrar as disputas que não estão sendo conduzidas corretamente. Nós, da categoria bancária, temos a obrigação de ter a coragem de colocar as questões de médio e longo prazo no centro da Campanha 2011 e questionar qual sistema financeiro queremos que se relacione com a sociedade", garante.

Bancos públicos

A atuação dos bancos públicos no incentivo ao desenvolvimento social também foi criticada pelo parlamentar. Segundo ele, tanto a Caixa e o Banco do Brasil como o BNDES, estão devendo em uma política de atuação de crédito mais abrangente. "Os bancos públicos não realizam nem 20% do seu potencial. Falta no embate político a energia necessária pra fazer a condução desses bancos no incentivo de uma política que vá ao encontro do desenvolvimento tecnológico que o Brasil precisa. Não adianta um processo desenvolvimentista, se temos uma política instrumental de concentração de renda e riqueza".

Correspondentes são para reduzir custos

O deputado Ricardo Berzoini é também o autor do Projeto de Decreto Legislativo que susta a medida do Banco Central que permite a ampliação da terceirização do setor bancário, através dos correspondentes bancários. Na palestra da 13ª Conferência, ele criticou novamente a forma como o BC tem conduzido a questão. "A última função do corresponde bancário é universalizar os serviços. Os bancos querem única e exclusivamente reduzir custos e enfraquecer a categoria bancária. Não podemos permitir que isso aconteça", explica.

A atuação do BC, legislando através de medidas próprias e impondo regras sem passar pelo Congresso, como na questão dos correspondentes bancários, vai de encontro à existência de um governo popular e democrático. "Em uma democracia a autonomia se dá pelo voto popular e não pelo decreto de um órgão governamental", declarou.

A presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, elogiou o PDL (Projeto de Lei) do deputado e convocou todos os bancários a participarem da audiência pública, no dia 16 de agosto, em Brasília, que vai debater o tema no Congresso Nacional. "É muito importante a participação massiva de todos nós na audiência pública. Temos de mostrar para a Febraban e para o BC que nós não vamos permitir que nos desmobilizem. Temos de lotar o auditório da Câmara e mostrar nossa força".

Otimismo para a Campanha Nacional

O deputado disse estar otimista com a Campanha Nacional 2011, mas alertou para que as discussões não se restrinjam apenas aos aspectos salariais. "Nós temos de trabalhar a curto prazo nas questões salariais, agindo com pressão e fazendo as mobilizações necessárias. E a médio e longo prazo acumular força com os movimentos sociais, sindicais, e através da relação com a sociedade criar um caldo de cultura para enfrentar essa linha do BC, que age mais como defensor dos banqueiros do que nos interesse sociais".

 
Fonte: Rede de Comunicação dos BancáriosCícero Bittencourt e Jair Rosa

 

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