Getting your Trinity Audio player ready...
|
O Valor também aponta que Dilma decidiu não promover mudanças na Caixa e no BB. Principalmente na Caixa, onde a gestão de Maria Fernanda Ramos Coelho já rendeu vários elogios da presidente. Além do fato de ser mulher, Dilma tem dito a interlocutores que a atuação de Maria Fernanda no cargo superou as expectativas e que a Caixa está "totalmente comprometida com as políticas de governo". Semana passada, a Caixa atingiu a meta de um milhão de casas contratadas no programa Minha Casa Minha Vida, um dos pilares da campanha de Dilma à Presidência.
Bendine também está fortalecido no cargo. Ele que, assim como Maria Fernanda em relação à Caixa, é funcionário de carreira do Banco do Brasil, começou como menor aprendiz e chegou ao mais alto posto no banco em um momento delicado: a crise financeira internacional. Bendine conseguiu capitalizar-se politicamente ao comandar a expansão do crédito em um momento de pouca liquidez mundial. Em vários discursos, o ex-presidente Lula ressaltou o papel dos bancos públicos no enfrentamento da crise. Dilma concorda com essa avaliação.
Entretanto, segundo a reportagem, a permanência dos dois presidentes não elimina a possibilidade de mudanças pontuais nas demais diretorias de cada banco. Mas, especialistas ouvidos pelo Valor acreditam que elas funcionariam como acomodações naturais, sem dependência às negociações políticas e alguma insatisfação quanto aos resultados.
Bancos regionais
Ainda segundo o jornal, as mudanças mais profundas virão nos bancos regionais. Segundo o Valor, como Dilma tem um perfil de gestora, ela pretende profissionalizar as instituições de fomento regional.
Durante as negociações para a composição do Ministério, comentou-se entre aliados que o Banco do Nordeste entraria na cota do PSB. Mas o partido saiu menor do que esperava na composição ministerial e as conversas não evoluíram.
Os governadores Cid Gomes (CE) e Eduardo Campos (PE) pretendem reunir os demais governadores da região para buscar, então, um nome de consenso. O perfil técnico exigido por Dilma será respeitado, mas eles não querem um executivo alheio à influência política dos caciques locais.
Fonte: Contraf-CUT com Valor Econômico