BNB logomarca

BNB logomarcaDurante a última rodada de negociação com o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), ocorrida na última segunda-feira, 15 de setembro de 2014, o banco deixou transparecer a sua histórica tendência a não cumprir o que promete. Naquela ocasião foram discutidas questões financeiras como PLR Social, plano de funções e a estrela do momento, o PCR.

Sobre a PLR Social, o representante da CONTRAF-CUT, Carlos Souza, cobrou tratamento igualitário entre Banco do Nordeste e Caixa Econômica Federal, pois não existe nenhum motivo razoável para o BNB pagar um percentual menor de seu lucro líquido, a título de PLR Social, que a Caixa. Atualmente a CEF paga linearmente 4% do seu lucro líquido nessa modalidade de PLR, enquanto o BNB se limita a 3%. Os funcionários dos dois bancos estão reivindicando 5% do lucro líquido para essa verba. Sobre isso o banco respondeu… Nada.

Em relação ao plano de funções, Carlos Souza passou a palavra para o diretor do SEEB/PB, Robson Luis, por este ter participado da Comissão Paritária que teria discutido o plano de funções do banco, sobre isso Robson esclareceu que a referida comissão não se aprofundou no plano de funções, pois priorizara o PCR que é reivindicação histórica dos funcionários do BNB, mas as discussões do grupo foram suficientes para identificar distorções que estão desmotivando os bancários e criando muitos problemas para o próprio banco, que tem uma quantidade cada vez maior de concorrências encerradas sem o preenchimento das vagas. Ele destacou a discriminação dos Gerentes de Negócios do PRONAF, a situação dos Analistas das Centrais de Crédito que foram treinados para fazer análise de projetos e que ainda não foram nomeados nas novas funções, os Caixas Executivos que têm gratificações muito pequenas para o risco diário de quebra de caixa e o crescente volume de trabalho, as diferenças excessivas entre as comissões dos diferentes portes de agências, e as jornadas de 8 horas de várias funções que estão sendo contestadas judicialmente pelos sindicatos e criando o gigantesco passivo trabalhista para a instituição. Em relação a esse tema o banco respondeu… Nada.

Agora… Quando o assunto foi o PCR… O banco finalmente quebrou o silêncio. Disse o que trabalho tem problemas e está incompleto. Falou também que do jeito que está não dá nem pra ser apreciado pela diretoria do banco. Ao ser questionado sobre os tais problemas, o diretor de TI e Administrativo, Isaías, informou que a possibilidade de acontecerem a promoção por tempo de serviço e por merecimento no mesmo ano não foi consenso na comissão paritária e que é necessário o cálculo do impacto na folha de pagamento por pelo menos dez anos para poder avaliar a viabilidade financeira do novo plano. O representante da CONTRAF-CUT, Carlos Souza, passou novamente a palavra para o diretor do SEEB/PB, Robson Luis, para falar sobre os problemas apontados pelo banco. Robson começou admitindo que não houve consenso na comissão paritária sobre as duas promoções no mesmo ano, mas lembrou que, por isso, o assunto foi discutido entre o banco e a CNFBNB em mesa permanente de negociação, na qual o banco, representado naquele momento pelo seu atual presidente, sinalizou que a comissão paritária poderia continuar com o trabalho incluindo as duas promoções no mesmo ano. Em relação aos impactos na folha por pelo menos 10 anos, Robson esclareceu que em nenhuma proposta de PCR, que foi avaliada e aprovada pelo DEST, a exemplo da última proposta de PCR da Caixa Econômica Federal, tem esses cálculos, por razões muito simples, há um limitador legal para os gastos com promoções a cada ano, que é 1% do total da folha do ano anterior; ou seja, é absolutamente irracional perder tempo fazendo cálculos complexos e imprecisos de impactos futuros na folha de pagamento, até porque o número de funcionários aumenta constantemente com as novas contratações, o que torna absolutamente impossível fazer previsões confiáveis de valoresfuturos da folha de pagamento do banco. Resumindo: Não importa o que aconteça, o impacto do PCR a cada ano será sempre limitado a 1% da folha do ano anterior.

“A comissão paritária fez um trabalho absolutamente profissional; seguindo rigorosamente a cartilha do DEST que trata de planos de cargos e fazendo benchmarking com outras instituições. Por um bem maior, os membros da comissão dedicaram grande parte do seu tempo de investiram recursos da categoria para arcar com despesas de passagens e hotéis para viabilizar a elaboração da proposta do novo PCR dentro do prazo que consta no acordo coletivo firmado em 2013. E tendo a segurança de que a proposta não teria dificuldades com a tramitação interna, já que foi construída paritariamente. Tentar desqualificar esse trabalho com esses argumentos desqualificados é um grande desrespeito aos funcionários, à mesa de negociação e à própria instituição, que afirmou no nosso último Congresso, através do atual Presidente, Nelson Antônio, que o respeito é essencial para a vida em sociedade, e exigiu esse respeito de alguns funcionários que fizeram a ele, perguntas incômodas, durante o evento.” – Completou Robson Luis. Em relação a isso o banco se posicionou com… Rostos corados e nenhuma ideia do que responder.

Ademais, Carlos Souza solicitou que fosse apresentada a proposta em relação às reivindicações específicas do BNB no dia 19 de setembro, em São Paulo, junto com a proposta geral da FENABAN. O diretor Isaías se comprometeu a falar com os demais membros da diretoria e nos dar uma resposta sobre a data da apresentação da proposta até a terça-feira, 16 de setembro. Até o momento o banco não deu nem um soluço. Mais uma promessa não cumprida.

Tudo isso apenas reforça a tese de que, enquanto a categoria não demonstrar claramente a sua indignação, e o momento de fazer isso é na greve; enquanto as gerências médias continuarem aguentando calados todos os excessos do banco e batendo metas durante os movimentos paredistas; o banco continuará exigindo cada vez mais de seus funcionários, oferecendo cada vez menos em troca dos resultados, e descumprindo suas promessas. Tivemos conquistas importantes nos últimos 11 anos, mas poderiam ser bem maiores se nossas campanhas salariais tivessem um impacto ainda maior nos bancos.