O setor que mais preocupa é o dos transportes: no primeiro trimestre de 2011, o investimento foi de R$ 3,7 bilhões e, no mesmo período deste ano, caiu para R$ 1,7 bilhão.
Hoje, por orientação presidencial, o BNDES anuncia a criação de linha de crédito para financiar capital de giro das empresas, com redução dos juros de 9,5% para menos de 7% anuais.
Esse tipo de linha não é rotineira no BNDES, mas sempre é reforçada em momentos de crise na economia, quando as empresas brasileiras enfrentam dificuldades de se financiar no mercado, como aconteceu na crise internacional de 2008/2009 (leia texto nesta página).
Segundo assessores, a iniciativa é ação "anticíclica" para oferecer a empresas recursos para seu dia a dia num momento de crise global.
Quanto aos investimentos públicos, o diagnóstico preliminar do governo é que muitos projetos estão andando devagar e que recursos orçamentários deixam de ser acessados por problemas "gerenciais". Segundo a Folha apurou, a ideia é lançar entre esta e a próxima semana medidas para impulsionar os investimentos tanto do governo federal como de estatais.
SUPERAVIT
Está em discussão, mas sem decisão, reduzir o superavit primário para abrir espaço para mais investimentos públicos. Dilma considera que a medida é extrema e que, antes, a equipe deve gastar o que está disponível.
Segundo assessores, a presidente decidiu "mobilizar sua tropa" para adotar uma "ação coordenada" que resulte em ações para tentar evitar um crescimento abaixo dos 2,7% registrados em 2011.
Em discurso ontem no fim da manhã, após a reunião de emergência, Dilma mostrou sua preocupação em aumentar os investimentos, embora tenha trocado o nome da orientação econômica que recomenda aumento de gastos públicos em períodos de estagnação da economia, definida como "anticíclica".
"O Brasil também se prepara para ter, diante do acirramento das crises e de processos recessivos na economia internacional, uma política pró-cíclica de investimento."
Para realizar a reunião de ontem, a presidente mudou a agenda dos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e do presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
Mantega teve que mudar os planos e estar em Brasília pela manhã. Pimentel antecipou volta do exterior. Coutinho adiou em um dia entrevista para anunciar as medidas do banco.
Participaram também da reunião as ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Mirian Belchior (Planejamento). Nova rodada de conversas ocorreu no início da noite, com mais cinco ministros.