O empréstimo, avaliado em cerca de 2 bilhões de euros, foi solicitado pela Gama 2 SPE Empreendimentos e Participações, representando o Grupo Pão de Açúcar. O banco alegou que não foram atendidas as condições estabelecidas. "Como reiterado em diversas oportunidades, o pressuposto da eventual participação da Bndespar nesta operação era o entendimento entre todas as partes envolvidas".
A operação havia sido duramente criticada pela CUT, no dia 29 de junho, quando se posicionou contra a utilização de recursos do BNDES em empréstimos para fusão de empresas do setor privado. "É preciso ficar claro, de uma vez por todas, que não é papel do BNDES patrocinar negócios bilionários como o que vem sendo discutido entre os grupos varejistas Pão de Açúcar e Carrefour" afirmou o presidente da CUT, Artur Henrique.
"Quem ganha com isso? Qual o beneficio para a sociedade? Essa concentração em verdadeiros monopólios não vai fazer com que os preços aos consumidores sejam cada vez mais elevados?", questionou o dirigente da CUT.
Para a CUT, independentemente de se usar ou não recursos do BNDES, os trabalhadores precisam ser ouvidos sobre qualquer proposta de fusão. "É preciso ter garantia de emprego, de ambiente e condições dignas de trabalho, de saúde e segurança", frisou Artur.
"A CUT defende a transparência e o estabelecimento de formas de controle sobre a gestão dos recursos e mecanismos de aferição dos resultados de todas as operações realizadas pelo BNDES em termos socioeconômicos, como a geração de emprego decente, a democracia nas relações de trabalho e as contrapartidas sociais e ambientais", concluiu o dirigente sindical.
Fonte: Contraf-CUT com Agência Brasil