Acontece em Cochabamba, na Bolívia, entre os dias 19 e 22 deste mês, a Conferência Mundial dos Povos sobre as Mudanças Climáticas e os Direitos da Mãe-Terra. O evento é um desdobramento alternativo da fracassada COP-15, a conferência sobre o clima que ocorreu em Copenhague, em dezembro de 2009. O objetivo é discutir os problemas ambientais e o aquecimento global com ênfase nas pessoas e com uma visão não-capitalista.
Em abril de 2009, Morales encaminhou à Assembleia Geral da ONU uma solicitação de que o dia 22 fosse reconhecido como o Dia da Mãe Terra, o que muda o enfoque sobre a data e a relação dos seres humanos com o planeta. A proposta foi aclamada por unanimidade.
"O capitalismo selvagem – afirmou – transformou esta devoção em exploração do meio ambiente até causar o desaparecimento do ‘poncho’ branco das cimeiras e o secar-se das lagoas… Este desenvolvimento não pode ser ilimitado, porque a vida do homem não é possível sem a Mãe Terra", disse o presidente boliviano durante a reunião.
Com o fracasso da COP-15 provocado principalmente pela intransigência dos países desenvolvidos em "pagar a conta" das consequencias dos séculos e exploração e degradação do planeta, a Conferência da Bolívia propõe uma nova visão. O capitalismo vê a Terra como um território a ser explorado. Mas os povos tradicionais e ativistas do meio ambiente vêem o planeta como Mãe Terra, aquela que nos dá vida e da qual todos dependemos. É essa visão, de conviver sem degradar, que vai prevalecer no evento que acontece em Cochabamba.
Além das questões estritamente ambientais, a conferência vai tratar também dos direitos humanos, considerando principalmente as agressões sofridas pelos povos indígenas e tradicionais, que sempre estão no caminho dos projetos desenvolvimentistas de governos e empresas multinacionais.
Saiba mais no site oficial do evento (em espanhol) http://cmpcc.org e veja a tradução da convocatória em Português em http://cmpcc.org/2010/01/06/convocação.
Fonte: Feeb-RJ/ES