O diretor de relação com os investidores da BM&FBovespa, Carlos Kawall, afirmou que "pelo menos inicialmente" o valor da captação que a bolsa pretende fazer é de US$ 300 milhões. Ele não descartou, no entanto, que os valores possam ser maiores, a depender das conveniências do momento para a empresa. Bancos disseram ao Valor que a bolsa andou sondando o mercado para captar entre US$ 500 milhões e US$ 600 milhões no exterior.
Ainda segundo Kawall, a captação poderá acontecer no mercado interno, em reais. "Estamos avaliando a melhor alternativa", diz. Ele explicou que, no entanto, que a transação só vai acontecer se a assembleia de acionistas aprovar o aumento de participação dos atuais 1,8% para 5% no CME Group, que controla a Chicago Mercantil Exchange, com gastos de US$ 620 milhões. "A assembléia deverá acontecer em abril, provavelmente só no final, e antes disso não vamos captar nada", disse.
Sobre o interesse da BM&FBovespa e da CME, juntas, em fazer parcerias ou comprar outras empresas na América Latina, o executivo lembrou que no dia 8 de março a CME anunciou um acordo estratégico com a Bolsa Mexicana de Valores (BMV), empresa operadora da Bolsa do México, para o roteamento de ordens de derivativos. O negócio envolveu a aquisição de uma participação de 1,9% no capital da BMV, avaliada em US$ 17 milhões, além do direito da CME de indicar um membro para o conselho de administração.
Pelos termos do acordo, a CME se tornará provedora exclusiva do serviço de roteamento de ordens de negociação de derivativos para a BMV a partir de países de fora da América Latina. A BMV, por sua vez, terá exclusividade no México para fornecer os serviços do CME de roteamento de ordens de derivativos.
Segundo o comunicado da CME divulgado no dia 8 de março, a empresa iniciou junto com a BM&FBovespa discussões sobre a operação com a Bolsa do México e "outras oportunidades comerciais", nos termos do acordo de Parceria Estratégica Preferencial Global, firmado entre a bolsa brasileira e a instituição americana em fevereiro.
Kawall frisou que "há decisão estratégica da BM&FBovespa de não fazer aquisições na América Latina". Indagado se a parceira CME faria as aquisições, Kawall disse que não pode responder pela outra empresa.
Fonte: Valor Econômico / Cristiane Perini Lucchesi, de São Paulo