O Bradesco concluiu a migração do processamento de seus 14 milhões de cartões para a subsidiária local da americana Fidelity, em que o banco detém participação de 49%, após ter comprado a fatia de 14% do Real/Santander na sociedade. Com a adição, a franquia brasileira passa a ter um portfólio de 40 milhões de plásticos, dos 26 milhões atuais, mas já se prepara para passos mais largos. As unidades elo, emitidas pelo Bradesco, também serão processadas pela empresa. A previsão é de que a nova bandeira, projeto conjunto de Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, chegue ao mercado em novembro.
Com o acordo, com validade de dez anos, a previsão é de que o faturamento da Fidelity no país, que em 2010 deve rondar os R$ 460 milhões, em cinco anos salte à casa do R$ 1 bilhão, estima o presidente, Reginaldo Zero. "Trata-se da maior conversão fora dos Estados Unidos", afirma. "É uma verdadeira quebra de paradigma, já que os bancos no Brasil costumam fazer o processamento dentro de casa." A Fidelity também fornecerá serviços call center, cobrança e de retaguarda para cartões "private label" e a base de Visa e MasterCard do Bradesco.
Antes da conversão dos cartões da base antiga do banco – os novos, à medida que iam sendo emitidos, já estavam na plataforma da empresa -, a Fidelity concluiu, no fim do ano passado, a migração dos 5 milhões de cartões Visa Vale, da Companhia Brasileira de Soluções e Serviços, de controle compartilhado por Bradesco e Banco do Brasil, com 45% cada, e pela Visa International, com 10%. Com esse portfólio, Zero diz que a empresa está credenciada para abraçar o processamento de cartões pré-pagos, contemplados no projeto da elo.
Os planos da Fidelity incluem avançar por outros mercados na América Latina, em parceria com os emissores locais. Além de ter o Bradesco na carteira, a processadora presta serviços para o Panamericano, Sofisa, BRB, Paraná , Rural, Cruzeiro do Sul e as varejistas Leader Magazine Colombo. Bradesco, Fidelity e Real se uniram em 2006, mas após o o Santander incorporar o Real, os serviços de processamento foram transferidos para a plataforma mundial do banco espanhol, que acabou vendendo a participação no negócio para o Bradesco.
Fonte: Valor Econômico/Adriana Cotias, de São Paulo