Apesar dos R$ 502 bilhões de ativos, de um lucro líquido de R$ 8 bilhões registrado em 2009, 20,9 milhões de correntistas e 3.454 agências espalhadas pelo país, o Bradesco é o único, dentre os grandes bancos brasileiros, que ainda nega a concessão de auxílio educação para o conjunto dos funcionários.

Para negar a revindicação antiga dos bancários, a empresa aponta investimentos educacionais praticados por meio da Fundação Bradesco, o que, no entanto, não supre as inúmeras exigências de formação impostas pela empresa aos seus funcionários.

Enquanto a maioria dos bancários da instituição segue financiando sua própria formação juntamente com o cumprimento de metas, muitas vezes abusivas, o Bradesco volta a sua atenção para o alto escalão da empresa.

Desde que Luiz Carlos Trabuco Cappi assumiu a presidência, há um ano, iniciou-se um novo modelo de gestão, motivado pela perda do posto de maior banco privado nacional para Itaú Unibanco.
Dentre as inovações está a implantação do Programa de
Desenvolvimento Avançado (PDA), por meio do qual alguns executivos são destacados para cursos no exterior. São cursos de inglês e de gestão em respeitadas escolas de negócios nos EUA, como Columbia, Chicago, Wharton (na Universidade de Pensilvânia) e Harvard.

Em 2009, sete profissionais participaram do PDA. Neste ano, serão 46, o que reflete um aumento de 50% do orçamento destinado para treinamentos: de R$ 87 milhões para R$ 130 milhões. As informações constam do Caderno de Negócios do jornal O Estado de S. Paulo, da última segunda-feira (8). Em entrevista exclusiva, o atual presidente do Bradesco afirma que o objetivo é preparar a direção da empresa para um dos momentos que ele considera mais competitivos por conta das fusões/incorporações bancárias.

Para o secretário geral da FETEC/CUT-SP e funcionário do Bradesco, tudo leva a crer que esteja ocorrendo uma mudança de mentalidade no banco que, até o final de 2008, esteve por 47 anos seguidos na liderança absoluta na banca privada. "Essa nova realidade é uma boa oportunidade para o Bradesco rever posturas, sobretudo frente aos trabalhadores que estão em contato direto com clientes e população. Respeitar o conjunto dos trabalhadores, lhes garantir saúde por meio de melhores condições de trabalho e financiar a formação acadêmica por meio da concessão do auxílio educação é investir em um patrimônio que é da empresa. O banco tem de entender que isso pode igualmente lhe trazer bons frutos no futuro", afirma o dirigente ao antecipar que as reivindicações continuarão em pauta até que o Bradesco adquira esse novo olhar.

Fonte: Lucimar Cruz Beraldo / Fetec-SP

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