Bradesco pressiona e usa tropa de choque, mas a greve continua crescendo na Paraíba

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João Pessoa – Na tarde desta segunda-feira, 28/09, a Tropa de Choque da Polícia Militar da Paraíba garantiu a abertura da agência Centro do Bradesco na capital paraibana, mesmo sem mandado judicial. Há muito não se via essa atitude da polícia paraibana, com a agravante da presença de um cidadão alheio às hostes policiais e judiciais, que se sobressaía nas "orientações" à polícia, convocada para impedir a greve e intimidar os bancários.

Apesar do incidente no Bradesco, a assembleia da categoria avaliou na noite desta segunda-feira, que o movimento paredista vem crescendo no interior do Estado, pela adesão espontânea dos bancários das instituições financeiras públicas. Os bancários voltam a se reunir nesta terça-feira (29), às 17h, no auditório do Sindicato dos Bancários.  

A semana passada, o Bradesco entrou com vários interditos proibitórios na Justiça do Trabalho, resultando na negativa de duas liminares: uma na Sétima e outra na Nona Vara do Trabalho da Capital. Ao recorrer à instância superior com um mandado de segurança contra os atos dos juízes do trabalho, o banco conseguiu uma liminar favorável ao seu pedido.

Apesar de a liminar ter sido concedida na última sexta-feira, 25, a mesma não havia sido cumprida até esta segunda-feira, em virtude do Sindicato dos Bancários da Paraíba não ter sido notificado, através do seu presidente, Marcos Henriques. Até porque, os advogados do banco tentaram fazê-la cumprir somente com suas presenças, sem o acompanhamento de nenhum oficial de justiça e sem a presença da Polícia Federal, a quem competia garantir o cumprimento do mandado liminar.

Da porta da agência Centro do Bradesco, sindicalistas e bancários em greve acompanharam nesta segunda-feira a movimentação de advogados e policiais militares naquela unidade. Enquanto isso, os grevistas recebiam denúncias de que a cúpula do banco, em São Paulo, estaria em contato direto com o Governo do Estado da Paraíba, forçando uma ação da polícia militar que intimidasse os bancários e garantisse o fim da greve.

Estranhamente, no período da tarde, a Tropa de Choque da Polícia Militar da Paraíba foi convocada para garantir o cumprimento do Mandado de Segurança, numa atitude arbitrária, uma vez que legalmente não deveriam utilizar a força estadual para esse tipo de ação, cuja garantia compete à Polícia Federal. Além de arbitrária, a atitude ficou ainda mais suspeita pela presença de um cidadão – provavelmente um advogado descaracterizado e que se sobressaía nas orientações à Tropa de Choque – apontado como parente de figurões da alta cúpula da Segurança Pública no Estado.

Para o presidente Marcos Henriques, decisão judicial se cumpre e se busca o recurso adequado para se reverter a situação. "Já instruímos o nosso departamento jurídico para tomar as providências cabíveis. Agora, esperamos que a Justiça, tão veloz para atender aos bancos, aja com a mesma celeridade para fazer justiça aos trabalhadores bancários, que estão lutando em busca de seus direitos, dentro da legalidade. A intransigência dos banqueiros é que deveria ser condenada, pela justiça e pela sociedade", concluiu.

É bom ressaltar que o Dr. Gustavo Ferraz Gominho, quando delegado da polícia federal, agrediu fisicamente um bancário em outra greve. Agora, está à frente da Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social Pública da Paraíba – SEDS, que tem por finalidade o estudo, o planejamento, a execução e o controle de assuntos relativos à defesa e a segurança social, prevenindo e reprimindo a criminalidade através dos órgãos a ela subordinados.

E pela própria finalidade atribuída à secretaria do Dr. Gominho, nenhum bancário pode ser enquadrado ou submetido a nenhum dos seus órgãos, pois está apenas e tão somente exercendo o seu direito constitucional de lutar por melhores salários e condições de trabalho, através de um instrumento legal e legítimo, que é o Direito de Greve.

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