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Desvalorização. O Bradesco não recompensa seus funcionários na mesma proporção dos repetidos sucessos registrados em seus balanços anuais. Pelo contrário, a empresa se nega a atender às reivindicações básicas dos empregados, embora seus lucros ofereçam plenas condições para pagar auxílio-educação e manter um programa próprio de remuneração, como existe em outros bancos.
Já o alto escalão recebe atenção especial com cursos no exterior e participação deferenciada nos lucros e resultados.
Funcionários desrespeitados
Enquanto os funcionários do Bradesco são cobrados cada dia mais e não recebem um centavo para a qualificação profissional, o Programa de Desenvolvimento Avançado (PDA) do banco privilegia alguns executivos, que fazem cursos no exterior com tudo pago. São cursos de inglês e de gestão nas melhores escolas de negócios nos EUA, como Columbia, Chicago, Wharton (na Universidade de Pensilvânia) e Harvard.
Em 2009, sete profissionais participaram do PDA. Neste ano, serão 46, o que reflete um aumento de 50% do orçamento destinado para treinamentos: de R$ 87 milhões para R$ 130 milhões.
"O banco precisa respeitar o conjunto dos funcionários, garantindo-lhes saúde, melhores condições de trabalho e financiamento para a formação acadêmica, pagando o auxílio-educação", disse o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Almir Aguiar.
Ele entende também que a implantação de um programa próprio de remuneração é outra forma de recompensar os empregados pelos bons resultados financeiros conseguidos anos após anos, o que garantiu ao Bradesco, até 2008, a liderança absoluta no sistema financeiro privado por 47 anos.
"O auxílio-educação é uma reivindicação histórica da categoria e este ano vamos intensificar a mobilizar para conquistar mais este direito no Bradesco", ressalta o diretor do Sindicato, Vinicius de Assumpção.