Segundo uma fonte próxima a Rezek, ele não informou já ter trabalhado para o Opportunity por desconhecer a correlação entre o banco de investimento e a Elétron, criada para reunir as ações do Opportunity no bloco de controle da Valepar.
No processo, o juiz informou ter recebido uma farta documentação do caso, mas ainda não tinha como determinar com segurança a "intrincada relação societária" das empresas envolvidas.
Sigilo. O juiz decidiu que o processo deve correr em sigilo, em razão dos reflexos que poderiam ter no mercado de capitais e na reputação de Rezek, que já ocupou cargos como o de ministro de Estado e do STF.
O caso chegou ao fórum de arbitragem no ano passado, depois que três sócios da empresa – Previ (49%), Bradespar (21,2%) e Elétron (0,02%) – acertaram tirar a disputa da Justiça. O Opportunity reclama que teve sua participação diluída no aumento de capital em 2002.
Em 18 de dezembro de 2010, os três árbitros do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem – Rezek, Gustavo Tepedino e Mário Sérgio Duarte Garcia – decidiram, por unanimidade, que a Elétron seria titular do direito à opção de compra das ações estabelecidas no acordo de acionistas.
Caso a decisão seja cumprida, a Bradespar e a Previ teriam de vender ao grupo do banqueiro Dantas cerca de 40 milhões de ações da Valepar por um valor abaixo de sua cotação atual de mercado. A estimativa é de que a decisão possa resultar em um prejuízo de R$ 2 bilhões para a Bradespar e a Previ.
Fonte: O Estadao de S.Paulo / Mônica Ciarelli e Débora Thomé