O Santander Brasil anunciou nesta quinta-feira, dia 28, um lucro líquido de R$ 1,934 bilhões no terceiro trimestre deste ano, considerando o padrão contábil internacional IFRS. O resultado significa expansão de 31,4% ante igual trimestre de 2009.

O aumento foi puxado pela aceleração do crescimento do crédito, aliado a um cenário de inadimplência em baixa. Somente no crédito pessoal a expansão foi de 21% em 12 meses.

Nos primeiros nove meses deste ano, o resultado do banco espanhol foi de R$ 5,464 bilhões, uma expansão de 39,5% ante igual período de 2009. A carteira de crédito total fechou setembro em R$ 159 bilhões, com expansão de 16,8% ante junho e de 5,5% na comparação com setembro de 2009.

Além do crédito pessoal, outros destaques foram o financiamento imobiliário, com alta de 22,6%, e os cartões de crédito, com aumento de 26% em relação ao terceiro trimestre de 2009. Na comparação com o período anterior, os destaques também foram o crédito pessoal e o habitacional, com expansão de 9% cada um. Os ativos consolidados totais do banco espanhol no Brasil subiram 11% e encerram setembro em R$ 373,4 bilhões.

Cai resultado global

Maior banco da zona do euro, o Santander anunciou uma queda de 26% em seu lucro líquido em todo mundo no terceiro trimestre deste ano, para 1,64 bilhão de euros (US$ 2,26 bilhões), em comparação com os 2,22 bilhões de euros no mesmo período do ano passado.

A renda líquida de juros subiu 8,4% no terceiro trimestre, para 7,40 bilhões de euros, sustentada pelo crescimento no Brasil e no Reino Unido. Os negócios do Santander na Europa Continental – incluindo Espanha e Portugal – contribuíram com apenas 423 milhões de euros para os ganhos no terceiro trimestre, pressionados por uma despesa extraordinária com provisões contra perdas.

As provisões contra perdas com empréstimos subiram para 2,94 bilhões de euros no terceiro trimestre, de 2,57 bilhões de euros um ano antes, principalmente por causa de mudanças nas regras na Espanha. O Banco da Espanha (o banco central do país) está pedindo que os bancos reconheçam integralmente os prejuízos com empréstimos 12 meses após o vencimento, em vez do período de até seis anos permitido antes.

Brasil lidera com participação de 25% no lucro mundial

O Santander informou também que, nos nove primeiros meses deste ano, o lucro caiu 9,8%, para 6,08 bilhões de euros. O Brasil foi o maior contribuinte para os ganhos do Santander entre janeiro e setembro, fornecendo 25% do lucro, ou 785 milhões de euros.

O Reino Unido registrou lucro de 527 milhões de euros no período e a América Latina, excluindo o Brasil, apresentou 537 milhões de euros em lucro.

Desta forma, a América Latina representa já 42% do volume de negócios, bem acima dos 37% registrados pela Europa Continental (Espanha e Portugal).

"Essa nova realidade reforça a necessidade de maior valorização dos bancários no Brasil, que trabalham submetidos a condições adversas de trabalho, sofrendo com a pressão de metas abusivas e assédio moral", aponta o funcionário do Santander e secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

"A retomada do processo de negociação permanente é o caminho para discutir e atender as reivindicações dos trabalhadores, garantindo dignidade para quem todos os dias produz esse lucro fantástico do banco", destaca o dirigente sindical.

O crescimento do lucro nos países fora da Espanha reforça também a importância da campanha da UNI Finanças por negociações para firmar o acordo marco global com o Santander. "Os bancários do mundo inteiro, responsáveis pelos resultados do banco espanhol, precisam ter garantido direitos fundamentais, como o direito à sindicalização e à negociação coletiva, dentre outros", salienta o diretor da Contraf-CUT.

Número de funcionários não acompanha crescimento de clientes

O balanço dos primeiros nove meses de 2010 revela que o número de funcionários subiu para 52.702, representando geração de 1.752 empregos e crescimento de 3,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Já o número de clientes subiu para 24,092 milhões, significando uma elevação de 9,9% em comparação aos 21,926 milhões ante os primeiros nove meses de 2009. O número de contas correntes ativas cresceu 5,1%, passando para 10,571 milhões.

"Esses números revelam que a abertura de vagas não acompanhou a ampliação da clientela do banco, mostrando que os trabalhadores precisam atender cada vez mais clientes, o que significa mais sobrecarga de trabalho e mais riscos de estresse e adoecimento", enfatiza Ademir.

O Santander abriu 37 novas agências na comparação com setembro do ano passado, número bem abaixo das expectativas dos bancários, diante da reiterada promessa do banco de inaugurar 600 unidades até 2012.

Integração com Banco Real na reta final

Sobre o processo de integração com o Banco Real, o Santander informou que já estão sendo realizados testes prévios nos sistemas, relativos à migração de dados de clientes e operações. Também estão em andamento as adequações necessárias no ambiente das agências do Real, preparando-as para receber a marca Santander. A virada da marca esta prevista para os primeiros dias de novembro.

Segundo a instituição, até o final do ano, o atendimento aos clientes e à marca estarão unificados em todas as agências, Internet Banking e canais de atendimento aos clientes. Mudanças nos produtos, serviços e números de agência e conta, no entanto, ocorrerão apenas após a migração tecnológica, que deve ser concluída no primeiro semestre de 2011.

Fonte: Contraf-CUT com Agência Estado e Valor Econômico

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