O BIS alerta que, apesar dos bilhões de dólares garantidos aos bancos por governos desde o início da crise, os empréstimos continuam caindo no mundo. Um sinal é que bancos estão simplesmente sentando sobre os vastos recursos que hoje dispõem e continuam se recusando a voltar a fazer empréstimos como em 2007 e 2008.
O problema mais recente está com os bancos europeus que, diante da incerteza sobre a situação da Grécia e da zona do euro, vem limitando o volume de créditos. No mund inteiro, os créditos sofreram uma queda de US$ 360 bilhões no terceiro trimestre em comparação ao segundo trimestre. A queda é a menor desde o início da crise.
Alguns dos poucos que registraram altas foi a Bélgica, com expansão em créditos de US$ 23,1 bilhões. Nos Estados Unidos, os bancos voltaram a emprestar e a expansão foi de US$ 134 bilhões. Mas, de uma forma geral, os países europeus registraram perdas importantes, com queda líquida de US$ 138 bilhões.
FLUXO PARA EMPRESAS
O bloco de países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, teve o segundo trimestre de crescimento de créditos, com expansão total de US$ 42 bilhões. A expansão de créditos no País foi a maior desde meados de 2008 e superou as da China, com alta de US$ 8,2 bilhões, e da Índia, com US$ 2,5 bilhões.
Outro ponto considerado pelo BIS é de que mais de 95% da alta no fluxo de créditos foi destinada à empresas no País, e não a outros bancos. A constatação é de que isso mostraria a demanda por empresas para fazer investimentos na produção. O fenômeno de recursos destinados ao setor produtivo, e não aos bancos, é registrado também em outros países emergentes.
Diante de um ambiente favorável aos emergentes, o Brasil ainda emitiu US$ 11 bilhões em papéis no mercado internacional no fim de 2009. Ao todo, 90% das emissões foram feitas por bancos, contra US$ 700 milhões por empresas e US$ 600 milhões por governos. A meta era a de aproveitar o cenário para captar recursos.
Fonte: O Estado de São Paulo / Jamil Chadem, de Genebra