O Brasil já tem o mesmo peso que a Espanha na geração de lucro para o banco Santander, o maior da zona do euro e um dos menos afetados pela crise global.

Sozinho, o Brasil contribuiu com US$ 1,711 bilhão para o grupo espanhol no primeiro semestre, o equivalente a 22% dos ganhos mundiais do grupo e a mesma fatia da matriz na Espanha.

Unidade de maior crescimento do grupo, o Brasil deve ultrapassar a Espanha em geração de resultados. Desde 1997, o Santander faz investimentos pesados no país, onde comprou os bancos Geral do Comércio, Noroeste, Bozano, Banespa e Real.

"Se continuar essa tendência de crescimento, o Brasil deve passar a Espanha. O Emilio Botín [presidente mundial] falou recentemente que o Brasil tenderá a ser o país com maior representatividade dentro do grupo Santander", disse Fábio Barbosa, presidente do banco.
No Brasil, o Santander teve lucro líquido de R$ 2,02 bilhões, o dobro do apurado no mesmo período de 2009.

O banco, no entanto, prefere consolidar os resultados segundo os padrões internacionais de contabilidade, o que faz o lucro no período saltar para R$ 3,5 bilhões -44% mais do que em 2009.

A diferença é que, nos padrões internacionais, o banco agrega uma parte maior do benefício fiscal decorrente do ágio pago na aquisição do Banco Real, em 2007.

É com base nesse resultado de R$ 3,5 bilhões que o banco distribui 50% dos ganhos para os acionistas e a participação de lucros aos funcionários.

Barbosa atribui o aumento no lucro à retomada das operações de crédito e a uma menor necessidade de separar recursos para cobrir eventuais perdas com calote.

De setembro do ano passado a junho deste ano, os pagamentos em atraso recuaram de 6,5% para 4,7%.

Diferentemente da situação no Brasil, o Santander mundial terminou o semestre com queda de 1,6% no lucro por conta do ritmo menor nos empréstimos e das perdas na Europa. O banco teve ganho de 4,445 bilhões, valor 1,6% menor do que no mesmo semestre de 2009.

Marca Real vai desaparecer na Fórmula 1

A marca Real tem data para terminar. A virada deve ocorrer perto do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, no dia 7 de novembro. O banco é patrocinador oficial da Ferrari e do evento.

"Vai ficar mais visível para todos o processo de integração, que já acontece nos bastidores. A gente espera que a mudança de marca, o mais visível para o cliente, aconteça durante os meses de outubro e novembro, próximo do evento da Fórmula 1", disse Fábio Barbosa, presidente do banco.

Desde 2007, quando comprou o Real, o Santander prepara a clientela para a mudança. A maioria dos processos e da tecnologia já foi integrada. "Você não diferencia mais o que é Santander e Real. As agências do Real estão ficando vermelhas por dentro", disse.

Fonte: Folha de S.Paulo / TONI SCIARRETTA.

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