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Crédito: Elza Fiúza/ABr
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Presidente do Ipea, Márcio Porchmann

Para o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann declarou na quarta-feira (24) que o Brasil tem pressa para garantir a universalidade da igualdade e a geração de oportunidades. A manifestação foi feita na abertura da primeira Conferência do Desenvolvimento (Code), promovida pelo Ipea.

Na visão os economistas e pesquisadores, o Brasil precisa caminhar com um novo projeto de desenvolvimento, compatível com suas riquezas e baseado em metas mais ousadas, nas quais sejam evitados erros do passado. O evento é voltado a pensar o país do século XXI, incluindo ainda questões de sustentabilidade socioambiental, redução de desigualdades, incremento de índices de cultura, educação e assistência à saúde e maior integração com os países vizinhos da América Latina.

"O Brasil deste início de século tem pressa e não mais admite incorrer nos erros velhos", resumiu Pochmann. "É hora de pormos em prática o exercício da grande arte da política pública para garantir a universalidade da igualdade e a geração de oportunidades", detalhou. Para o presidente do Ipea, a discussão do desenvolvimento nessa perspectiva é inédita no país.

O primeiro presidente do Ipea e atual membro do seu conselho de orientação, economista João Paulo dos Reis Velloso, emocionou-se ao falar sobre o papel do instituto. Ele considera gratificante ver um instituto nascido sobre o signo do desenvolvimento que, 46 anos depois, continua perseguindo esse objetivo. Segundo destacou, o significado da conferência é mostrar aos brasileiros que "o Brasil é uma terra que tem dono". "Estamos aqui para pensar o Brasil, que é nosso", assegurou.

Sustentabilidade

No painel mais representativo do dia, que abordou a necessidade de planejamento e desenvolvimento de uma forma ampla no país, o educador Cândido Mendes, da Universidade Cândido Mendes, afirmou que para se chegar a uma visão global do que seja o desenvolvimento brasileiro é preciso que as políticas públicas estejam ligadas à sustentabilidade.

Mendes lembrou, também, que o Brasil é, hoje, país chave dos BRICs – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China, países emergentes na economia mundial – e tem condições de superar ainda mais as expectativas previstas. Ele acredita que a nação possui, em comparação com os outros, melhores condições de desenvolvimento político, social e cultural.

Ao traçar dados comparativos para seu argumento, Cândido Mendes lembrou que na China, por exemplo, existe grande mobilidade social, ao passo que o Brasil é um país essencialmente urbano, já que menos de 16% da população brasileira vive no campo.

Já a Índia, continua mantendo resíduos marcantes do sistema de castas e 38% da população vivem na condição de párias, o que é prejudicial tanto economicamente como do ponto de vista do atraso cultural e da desigualdade.

O Brasil também ganha destes três países, segundo o educador, pela sua democracia e pela "capacidade, enquanto nação, de tomar consciência de si mesma". "O mundo olha para o Brasil para além dos partidos, do arranjo partidário", enfatizou, ao destacar que o momento é mais do que propício para a discussão de metas e estudos de novas políticas.

Fonte: Hylda Cavalcanti, para a Rede Brasil Atual

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