Assembleia dos funcionários do Banco Regional de Brasília
Na noite de quarta-feira (2), os bancários do BRB reunidos em assembleia, acatando proposição do Sindicato dos Bancários de Brasília, decidiram suspendê-la em função do não encaminhamento pelo banco de pontos fundamentais para a apreciação do conjunto do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR).
Negociação se arrasta
O BRB está em grande débito com seus funcionários. Esta diretoria, embora tenha sofrido modificações agora no início de 2012, inclusive com a substituição do presidente, vem mantendo uma linha de atuação desde janeiro de 2011, após sua posse. É inegável que houve avanços neste período, como o estabelecimento do maior piso da categoria, maior atividade gratificada para os caixas, e ainda o maior benefício de refeição/alimentação, itens reivindicados e negociados pelo Sindicato.
Porém, esta diretoria do BRB herdou uma discussão sobre a reestruturação do plano de carreira que, a seu pedido, ainda ao final de 2010, período de sua composição pelo recém-eleito governo Agnelo Queiroz, foi postergada.
Agora, após intensas discussões, por detalhes mínimos, porém importantes, o conjunto do PCCR não pode ser debatido e votado pelos funcionários, aumentando a descrença e frustração destes com a direção do BRB.O Sindicato e os funcionários entendem a burocracia a que o banco se obriga, porém, é incompreensível que esta burocracia seja empecilho para a finalização dessa discussão. A necessidade de submeter qualquer assunto relevante ao Conselho de Administração (Consad), e a necessidade de se discutir também com o governo sempre existiu, em todas as diretorias do banco.
A incompreensão decorre do fato de que esta burocracia que sempre se fez presente nunca impediu outras diretorias de assumirem compromissos com os funcionários, até mesmo "ad referendum" do Consad e do governo. Aliás, é de se perguntar: onde está a autonomia de gestão da diretoria? Será que o acionista majoritário, que detém mais de 97% das ações do banco, e que também controla o Consad na condição de acionista majoritário, desautorizaria a diretoria por ele indicada, criando um constrangimento desta com seus funcionários, colocando em xeque sua competência e capacidade de gestão? São perguntas que a atual diretoria deve responder.
BRB deve resolver pendências do PCCR
O PCCR é um instrumento que pode ser implantado pelo banco unilateralmente, porém, a diretoria do banco quer fazer acordo sobre a matéria. O Sindicato participou da negociação e ainda reivindica a continuidade das discussões, visando a solução das pendências, e entende que o acordo pode ser celebrado.
Com a indefinição da diretoria, que postergou a deliberação sobre o plano, ajustes que surgiriam após sua implantação devem ser abordados para serem solucionados antes da decisão dos funcionários. Especialmente sobre as trilhas de encarreiramento, que tem suscitado dúvidas e reivindicações de funcionários dos mais diversos setores.
Além da necessidade de fixar uma data para a implantação do plano, e da definição do valor e forma de pagamento do abono, há ainda outras questões que se impõem para uma futura deliberação dos funcionários em assembleia sobre o PCCR, conforme se segue.
Piso dos analistas de TI
O piso dos analistas de Tecnologia da Informação (TI) é um deles. Em sua primeira proposta, o BRB apresentou como valor R$ 5.700,00. Agora, na última versão, incompreensivelmente este valor foi rebaixado para R$ 4.300,00. Quando da apresentação desta mudança, o Sindicato protestou e discordou veementemente. Porém, de forma intransigente, a diretoria manteve sua proposta.
Os funcionários do setor não aceitam as explicações do banco, como ficou demonstrado em reunião entre o Sindicato e o banco, ocorrida na quarta-feira (2). O encontro contou com a participação dos diretores Jorge Alves (Dipes) e Américo Rodrigues (Tecnologia). Também participaram da reunião o superintendente de Pessoas do BRB, Célio do Prado, e os dois representantes do setor escolhidos em reunião destes no Sindicato na noite de segunda-feira (30): Thiago Reghelin e André Daniel Causanilhas.
A reivindicação é simples: o retorno da proposta original informada pelo então diretor de Tecnologia Fabiano.
Trilhas de encarreiramento
Outra necessidade já detectada na proposta de PCCR refere-se às trilhas de encarreiramento. Diversos funcionários têm apontado incoerências nas propostas de encarreiramento. Um dos mais gritantes refere-se à segregação de gerentes de negócios em quatro níveis – júnior, pleno, sênior e máster.
A preocupação ocorre quanto aos gerentes pleno e sênior, cuja proposta aponta para a alocação de acordo com a carteira administrada. Ao segregar carteiras "exclusiva" (pleno) e "millenium" (sênior), o banco, na visão dos gerentes de negócios e gerentes gerais, engessa a possibilidade de rodízio e de certa forma cria uma "sui generis" – situação em que haverá gerentes de negócios com carteira reduzida (pouco trabalho) – sênior, e outros com monstruosas carteiras (excesso de trabalho) – pleno, dadas as características de cada.
Outra situação que tem sido apontada é a dificuldade da trilha para se passar da carreira técnica para a gerencial, situação sobre a qual o banco deveria fazer regra de transição para os atuais ocupantes de funções com jornada de oito horas, que serão enquadradas nas novas funções técnicas.
Ainda sobre as trilhas de encarreiramento, o Sindicato solicita aos funcionários que enviem sugestões aos dirigentes sindicais, com propostas para que possamos discutir o aperfeiçoamento do projeto, pois conforme o Sindicato sempre defendeu, um plano de carreira, cargos e remunerações deve ter a flexibilidade para ajustes que se perceberem necessários.
Para estas sugestões, enviar e-mail para os endereços: secgeral@bancariosdf.com.brEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. e/ou eustaquioribeiro@hotmail.comEste endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. .
"Nossa discussão sobre o plano de carreira com o banco remonta ainda ao segundo semestre de 2010. Poderíamos ter concluído importante etapa na assembleia do dia 2, mesmo com a possibilidade de ajustes a serem feitos posteriormente. Porém, por imaturidade do banco, esta situação se arrastará por mais tempo", diz o secretário-geral do Sindicato, André Nepomuceno, que também é bancário do BRB.
"O acordo com os funcionários acerca do PCCR é um importante instrumento. Porém, para sua assinatura, o banco deve rever a situação dos analistas de TI e apresentar propostas concretas sobre o abono e a data de sua implantação", acrescenta o diretor do Sindicato Cristiano Severo, que também é bancário do BRB.
"Os funcionários ganham um tempo maior para a discussão do PCCR, especialmente das trilhas de encarreiramento. Desta forma, podem compreender a complexidade do plano e sugerir ajustes que agora devem ser feitos antes de sua entrada em vigor", conclui o secretário de Estudos Socioeconômicos do Sindicato, Antonio Eustáquio, que também é bancário do BRB.
Fonte: Seeb Brasília