Os repasses do BRDE podem somar até sete vezes seu patrimônio líquido, que é de R$ 1,075 bilhão – e ele fechou 2009 com R$ 5,8 bilhões na carteira. No ano passado as operações do banco chegaram a R$ 2,23 bilhões, com crescimento de 43,5% na comparação com o exercício anterior, quando foram de R$ 1,559 bilhão.
Para o primeiro semestre de 2010 estão garantidos mais R$ 1,3 bilhão, o dobro do volume liberado para o período de janeiro a junho de 2009, e a intenção para o ano é ao menos chegar a R$ 2,5 bilhões em contratos.
Em 2009, por conta de aumento de provisão para operações de crédito, o lucro do BRDE caiu 50,4%, para R$ 51,3 milhões. Para 2010 o lucro previsto é de R$ 113 milhões.
O superintendente da agência de Curitiba, Carlos Olson, contou que em 2009 houve bastante demanda por capital de giro (18% das operações, contra cerca de 5% da média histórica), mas agora os recursos pedidos são para investimentos.
Em 2009, além da crise econômica, o BRDE teve de refinanciar R$ 260 milhões em dívidas de empresas que sofreram com as enchentes em Santa Catarina. A inadimplência, que chegou a 5% no primeiro semestre, está agora em 2%, segundo o executivo.
Embora os Estados tenham participações iguais na instituição, o Paraná foi o que mais realizou operações: R$ 1,05 bilhão. Em Santa Catarina foram R$ 552 milhões e, no Rio Grande do Sul, R$ 632 milhões.
Na opinião do presidente do BRDE, Airton Pissetti, trata-se de "uma demonstração da pujança paranaense e da preocupação do empresariado e dirigentes de cooperativas com o crescimento". Do total financiado no Paraná, R$ 570 milhões foram para o setor agrícola. O último financiamento aprovado foi para a cooperativa Capal, de Arapoti (PR), no valor de R$ 29,4 milhões, para expandir as atividades.
Fonte: Valor Econômico / Marli Lima, de Curitiba