Há um debate, na Justiça, se esses negócios deveriam ser analisados apenas pelo Banco Central, pois os bancos temem que boatos de possíveis vetos do Cade possam levar os correntistas a sacar o seu dinheiro, levando a quebra de bancos sempre que houver fusões e aquisições polêmicas no setor. O segundo ponto foi a constatação de que o setor bancário ainda não está muito concentrado no país.
"Devido à inexistência de um posicionamento final do Judiciário, solicitei informações (aos bancos) sobre os serviços financeiros (que eles prestam)", afirmou o relator do processo, Olavo Chinaglia. "Ao fim, verifiquei que a operação não acarreta problemas concorrenciais", completou.
Chinaglia ressaltou que, ainda que o Cade considerasse a participação da Caixa como co-controladora do Panamericano, os níveis de concentração de mercado com a compra feita pelo BTG são de menos de 20% em vários serviços financeiros, como depósitos à vista.
O patamar de 20% é importante, pois é a partir dele que o órgão antitruste passa a verificar se uma fusão pode prejudicar outras empresas no mercado.
Fonte: Valor Econômico / Juliano Basile