"Nós achamos que é possível atingir os R$ 100 bilhões, pois no segundo semestre o ritmo das operações costuma ser mais vigoroso", disse o vice-presidente de Governo da instituição, José Urbano Duarte, em entrevista ao Valor.
Dos R$ 96 bilhões, R$ 41,3 bilhões são para o programa Minha Casa, Minha Vida, destinado a famílias com renda de até R$ 5 mil e subsidiado pelo governo federal, disse Urbano. Esses números do programa habitacional do governo foram parte das informações levadas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, à reunião ministerial de segunda-feira como demonstração da decisão do governo de estimular os investimentos este ano.
No ano passado, o total das operações de créditos contratadas pela Caixa no âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida atingiu R$ 34 bilhões, o que permitiu financiar 457 mil unidades habitacionais. Com os R$ 41,3 bilhões previstos para este ano, a instituição espera financiar 600 mil unidades habitacionais. A meta estabelecida pela presidente Dilma Rousseff é chegar à construção de dois milhões de moradias até 2014.
Urbano não vê sinais de desaquecimento no mercado imobiliário brasileiro este ano. A Caixa trabalha com crescimento de 20% dos seus desembolsos, mas outras instituições preveem crescimento até maior. A Abecip projeta aumento de 25% e 35% para os financiamentos habitacionais destinados às famílias de média e alta renda.
Todos essas previsões foram encaminhadas à presidente Dilma Rousseff, nos encontros da presidente com a área técnica do governo que antecederam a reunião ministerial desta semana.
Urbano chama a atenção para o efeito multiplicador das operações imobiliárias no restante da economia. Apenas em relação ao emprego, ele disse que, segundo os indicadores da Caixa, cada 100 novas unidades habitacionais criam 65 empregos direto.
O crescimento das operações da Caixa será maior no segmento de baixa renda, informa Urbano. Ele destacou o fato de que 80% do total dos financiamentos com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) são destinados à chamada nova classe média, representada por aquelas famílias com renda de até R$ 5 mil. Mesmo com a forte expansão dos últimos anos, Urbano disse que o nível de inadimplência acima de 90 dias desses financiamentos está hoje em apenas 1,74%.
Fonte: Ribamar Oliveira – Valor Econômico