O presidente venezuelano, Hugo Chávez, lançou ontem oficialmente, em Caracas, um novo programa de construção de casas populares que será desenvolvido com a assessoria da Caixa Econômica Federal. O programa, batizado "Barrio Nuevo", inclui atendimento a imóveis populares que exijam pequenos reparos. O objetivo é dar uma nova cara aos bairros pobres e tornar a vida neles mais humana, disse Chávez.

O desenvolvimento do programa social com o apoio da Caixa Econômica Federal ocorre, segundo o presidente venezuelano, porque o banco brasileiro "tem uma experiência muito grande (no programa)".

Em maio, Chávez e o presidente Lula assinaram um acordo de cooperação mediante o qual o Brasil vai assessorar a Venezuela em um projeto para a construção de casas populares no país, segundo informações oficiais do governo brasileiro divulgadas então.

O plano piloto do programa "Barrio Nuevo" começou ontem na região de Turmerito, no oeste de Caracas, com a demolição de 111 casas em situação precária que abrigavam 138 famílias. Novas casas serão erguidas no local.

Enquanto as casas são construídas, os habitantes das antigas moradias ficarão em um complexo de apartamentos no principal quartel de Caracas.

O governante sustentou que o alto déficit habitacional na Venezuela (1,8 milhão de casas) é consequência de "deixar a construção civil só nas mãos do setor privado", que só trabalha para "fazer dinheiro" e, por isso, as classes poderosas foram as únicas beneficiadas.

O déficit habitacional registrado na Venezuela e o "fracasso" das políticas oficiais no setor são alguns dos principais argumentos da oposição para assinalar a "ineficácia" do governo de Chávez.

TELEVISÃO DIGITAL

Chávez afirmou que seu governo está na fase final das negociações com o Brasil e o Japão para a aquisição do sistema de televisão digital. "Estamos a ponto de fechar o acordo com o Japão e o Brasil para instalar o sistema mais avançado de televisão digital" na Venezuela.

No último dia 21, o presidente venezuelano disse avaliar o sistema japonês (ISDB-T), a tecnologia europeia DVB-T, um padrão chinês e o sistema brasileiro de televisão digital, baseado no protótipo japonês.

O presidente destacou que a transferência tecnológica é uma condição indispensável para o acordo com o fornecedor do sistema de televisão digital. O governo venezuelano pretende que todas as transmissões de televisão do país sejam realizadas sob formato digital dentro de dez anos.

Fonte: O Estado de São Paulo, com agências internacionais