A Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) encaminhou, nesta terça-feira (15), uma carta aberta à direção do banco, na qual os trabalhadores reivindicam por mais respeito e valorização. O documento é uma resposta aos atos contraditórios da empresa, que ao mesmo tempo em que reduz despesas com o quadro funcional, financia com dinheiro público um megaevento, a ser realizado, em Brasília/DF, nesta quarta-feira (16), com a presença de mais de 6 mil gestores.
Por esse motivo, a CEE/Caixa realizará nesta quarta-feira (16), o Dia Nacional de Luta contra a retirada de direitos, os descomissionamentos arbitrários, o bônus discriminatório, a verticalização das agências, imposição do teto de gastos com o Saúde Caixa e todas as demais medidas que afetam os trabalhadores.
Para Dionísio Reis, coordenador da CEE/Caixa, é preciso lutar para defender o banco 100% público. “O Brasil não precisa ter um banco 100% público que faça única e exclusivamente a política mesquinha dos banqueiros de lucrar com juros e taxas elevadas. O país precisa de uma Caixa 100% Pública combatendo o déficit habitacional, sendo direta e indiretamente um dos maiores empregadores do Brasil e aumentando o patamar civilizatório do povo brasileiro”, afirmou.
Leia abaixo a Carta Aberta:
CARTA ABERTA À DIREÇÃO DA CAIXA
Nós, empregados da Caixa Econômica Federal, reivindicamos mais valorização e respeito aos nossos direitos. Nesta quarta-feira, 16 de maio, data em que iniciativas que significam o desmonte do banco são pano de fundo de um megaevento em Brasília (DF), bancado com dinheiro público, protestamos contra a precarização das condições de trabalho e projetos para enfraquecer e diminuir a Caixa.
O clima de insegurança entre os trabalhadores se agrava em todas as unidades do país. Decisões unilaterais estão levando ao encolhimento da empresa e restringindo as conquistas dos bancários e bancárias. Um dos exemplos é a redução do quadro de pessoal. Graças a programas de demissão e aposentadoria, mais de 16 mil empregados deixaram o banco desde 2015, sem que houvesse a retomada das contratações.
Já a verticalização tem impacto diretamente os trabalhadores e a sociedade, já que muitos que prestam atendimento social estão sendo direcionados para prospecção de clientes de alta renda e para a venda de produtos, adotando-se uma estratégia das instituições privadas. A Caixa de que o Brasil precisa não combina com restrição de atendimento à população e segregação de pessoas por faixa de renda.
A nova reestruturação em curso, chamada agora de Programa Eficiência, é outro motivo de protesto dos empregados do banco. Lançada no dia 19 de abril, a iniciativa mira na redução de despesas operacionais em R$ 2,5 bilhões até 2019. Mais uma vez, o que está em risco é o papel social da Caixa e os direitos da categoria. Ao contrário do que prevê o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), não houve qualquer debate prévio entre a direção da empresa e as entidades representativas dos empregados.
Nós, empregados da Caixa, defendemos um banco 100% público, fomentador do desenvolvimento econômico e social do país, por meio de políticas públicas. Defendemos também uma Caixa que valorize seus trabalhadores, pois são eles que constroem, todos os dias, essa empresa a serviço dos brasileiros, sobretudo dos mais carentes. Para isso, no entanto, respeito deve ser a palavra de ordem.
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#DefendaACaixaVocêTambém