Anúncio aconteceu nesta terça (dia 9) durante reunião entre Sindicato dos Bancários e Superintendência da PB

Após um ano de pandemia, a Caixa Econômica Federal, finalmente, vai instalar protetores de acrílicos em todas as estações de trabalho, uma das principais demandas dos empregados da linha de frente do atendimento. Vigilantes e recepcionistas extras também serão contratados para organizar as filas. A boa notícia foi anunciada por Daniela Guedes, superintendente regional da Paraíba, em exercício, durante reunião virtual, nesta terça-feira (9), com representantes do Sindicato dos Bancários da Paraíba.

Segundo Daniela, os gerentes gerais têm até hoje para informar a demanda das unidades em relação aos protetores de acrílico. Sobre a contratação dos vigilantes e recepcionistas, ela afirmou que o setor responsável já está fazendo o levantamento junto às agências.

“Consideramos um avanço importante, principalmente agora em que estamos no pior momento da pandemia e prestes a iniciar uma nova etapa do pagamento do auxílio emergencial. Esperamos que, tanto a instalação dos protetores quanto a contratação dos terceirizados não demore a acontecer. Vamos continuar acompanhando e cobrando”, disse Paula Brito, diretora do sindicato e empregada da Caixa.

Durante a reunião, os representantes do sindicato também cobraram outras medidas para minimizar o risco de contágio dentro das agências, como o controle mais rigoroso da entrada dos clientes, fiscalização do uso adequado das máscaras, reforço na limpeza e rapidez na aplicação do protocolo da empresa em relação aos casos de suspeita e confirmação de covid-19.

O presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Lindonjhonson Almeida, abriu a reunião dando as boas-vindas e agradecendo aos participantes pela disponibilidade em ouvir as demandas da categoria. Ele lembrou a luta dos empregados da Caixa, que há mais de um ano, vêm se desdobrando para dar conta do atendimento à população e das metas abusivas impostas pela empresa.

“Desde o início da pandemia, o movimento sindical tenta dialogar com a Caixa, argumentando, pedindo para que protejam a vida dos seus empregados nesse momento de crise sanitária. Todos os dias recebemos denúncia de agências lotadas em descumprimento ao que preconizam as autoridades de saúde em relação à pandemia. Se o quadro não mudar, vamos começar a fechar as agências que insistirem com essa postura, além de denunciar nas nossas mídias sociais”, disse.

Nesta terça-feira, Lindonjhonson e Paula Brito visitaram a agência Cabo Branco, em João Pessoa, para averiguar denúncias de superlotação na agência, no mesmo dia em que um empregado que já estava afastado testou positivo para covid. “Depois da conversa com o gerente, ele reduziu a quantidade de cadeiras dentro da agência e se comprometeu em redobrar os cuidados. Pedimos aos empregados que nos procurem quando houver casos assim, para que possamos tomar as medidas cabíveis. Primeiro, tentamos o diálogo, até porque temos consciência de que a conjuntura é muito difícil. Os gerentes não têm culpa porque também estão sendo pressionados. Mas vamos continuar fazendo nossa parte, que é defender os interesses dos empregados. Se não resolver com diálogo, vamos começar a fechar agências e denunciar na imprensa”, disse Lindonjhonson.

Silvana Ramalho, secretária-geral do sindicato e empregada da Caixa, fez um apelo para que os gestores adotem com mais rapidez o protocolo da covid-19 e disse que tem recebido muitas mensagens de empregados reclamando da falta de diálogo por parte de alguns gestores. “Mesmo sem os dados oficiais, já que a Caixa se recusa a divulgar, percebemos um aumento significativo do número de casos de covid nos últimos dias nas agências. Alguns colegas têm me relatado que às vezes sentem receio de chegar para o gerente geral e dizer que estão com algum sintoma gripal e isso é muito ruim porque, se estamos no meio de uma pandemia, ao primeiro sinal de suspeita, o ideal é que o empregado seja imediatamente afastado”, disse.

Daniela Guedes, substituta temporária do superintendente regional Paulo Correa Nery, que está de férias, defendeu os gestores e disse que a orientação que todos recebem é para agilizar o cumprimento do protocolo e afastar imediatamente o empregado com sintoma gripal. “Não queremos ninguém da equipe trabalhando doente, isso é prioridade nossa. Se o sindicato recebeu alguma denúncia nesse sentido, acredito que foi um caso isolado porque essa não é a postura dessa gestão”, disse.

A gerente de rede varejo, Cristiane Medeiros, que também participou do encontro, disse que a Caixa disponibilizou, mais uma vez, máscaras face shield para os empregados e terceirizados e que o reforço na limpeza das agências vem sendo realizado com frequência.

 Metas comprometem atendimento

Outro ponto discutido durante a reunião foi a pouca quantidade de empregados para atender ao público. “Temos recebido muitas reclamações, além de constatar, pessoalmente, durante as visitas às agências, que enquanto uma pequena quantidade de empregados, às vezes apenas um, se desdobra para atender os clientes que buscam os serviços essenciais, uma equipe maior se dedica exclusivamente ao cumprimento das metas”, disse Silvana.

“Reconhecemos que esse problema não é local, mas uma realidade nacional, imposta por essa gestão que aumentou de forma desumana e absurda as metas da empresa, a ponto de ter que voltar atrás em alguns itens. Ainda assim, segue colocando as metas como prioridade em detrimento do atendimento social, o que é lamentável em se tratando de um banco público”, complementou Paula.

Os representantes do sindicato reconheceram que o problema só será resolvido com contratação de mais empregados e redução das metas, mas pediram aos representantes da superintendência para dar atenção especial ao assunto, reforçando a quantidade de empregados no atendimento social nos horários de maior movimento. Segundo Daniela, durante todo o dia já é realizado o monitoramento do atendimento nas unidades e, sempre que possível, mais empregados são disponibilizados para ajudar na linha de frente do atendimento.

Os diretores do sindicato também solicitaram da superintendência que voltem a contatar as prefeituras para tentar parceria na instalação de tendas na parte externa das agências para acomodar melhor os clientes. Os representantes da superintendência se comprometeram em buscar o diálogo com os prefeitos.

Interaxa

O sindicato tem recebido muitas reclamações relacionadas ao sistema Interaxa, utilizado pelos empregados em home office. A maior parte das demandas está relacionada à falta de capacitação adequada e ao número de atendimento simultâneos. “Além do Interaxa, onde chegam várias demandas ao mesmo tempo sobre assuntos variados, temos que bater as metas absurdas. Isso tudo num ambiente improvisado, sem mobiliário adequado”, disse um empregado que está em home office. Até agora, a Caixa não discutiu com o Comando Nacional dos Bancários sobre um acordo de trabalho remoto.

Segundo Daniela, a distribuição das tarefas para quem está em home office é realizada de forma justa. “Já tivemos caso em que o empregado reclamou e quando olhamos o relatório no Interaxa, ele tinha atendido apenas três clientes durante todo o expediente”, disse.

Francisco Estrela, superintendente executivo de varejo e Eduardo Pereira, superintendente executivo de varejo em exercício, também participaram da reunião.