A Caixa Econômica Federal (CEF) vai levar a estratégia de ampliar o crédito por meio de parcerias com lojas de varejo para o setor de viagens. O ministro do Turismo, Luiz Barreto, e a diretoria da Caixa vão lançar, na segunda-feira, uma linha de financiamentos de pacotes de viagens nacionais.
Os empréstimos poderão ser feitos pelos clientes diretamente nos balcões das agências de viagens, com pouca burocracia, no momento do fechamento do pacote.
A cerimônia de assinatura do convênio está sendo preparada para ocorrer em São Paulo e devem ser convidados representantes do setor, como a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) e a Associação Brasileira de Operadoras de Turismo (Brastoa).
Essa será a segunda linha da Caixa diretamente para o varejo, já que, desde o fim de 2008, começou a financiar a compra de eletrodomésticos – como os produtos da chamada linha branca – estando presente dentro do ponto de venda por meio das parcerias com as lojas das redes de varejo.
Para aproveitar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos produtos da linha branca, que vai vigorar nos próximos três meses, a Caixa ampliou para 90 dias o prazo de pagamento da primeira parcela do financiamento, isto é, a carência.
Com a estratégia de ampliar presença nos pontos de venda dos produtos, o governo, por meio da Caixa, tenta estimular a concorrência bancária e a consequente redução de juros e spreads (diferença entre as taxas de juros da captação e as dos empréstimos finais).
Tanto para aquisição de eletrodomésticos quanto para a compra de pacotes de viagens, a Caixa limita em até R$ 10 mil o valor dos empréstimos. O prazo máximo de pagamento é de 24 meses e os juros variam de acordo com o perfil de renda de cada região do País. A quitação dos empréstimos pode ser feita por meio de boletos bancários ou débito em conta corrente.
No fim de março, o Banco do Brasil (BB) também anunciou a revitalização de uma linha semelhante, só que destinada a financiar a compra de materiais de construção, colaborando para as ações do governo federal de estímulo da construção civil. O BB ampliou de 60 para 180 dias o prazo de carência para o pagamento da primeira parcela de um crédito que deve ser tomado diretamente nas lojas varejistas que vendem os produtos.
No caso do BB, há a exigência de que os consumidores sejam também clientes do banco, pois o pagamento só é feito por meio de débito na conta corrente e, por isso, é considerado "um bom negócio" pela instituição, já que pode ajudar a ampliar a sua base de clientes.
Fonte: O Estado de São Paulo / Isabel Sobral