Hereda estima que num intervalo de dois anos haja um fluxo de mercado para essas operações, convertidas, primeiro, em Cédulas de Crédito Imobiliário (CCI), podendo ser empacotadas depois em CRI. O setor espera, porém, que Fazenda e Banco Central (BC) ajustem a regra do CRI, que hoje permite apenas que os títulos comprados por bancos no mercado sirvam para cumprir a exigibilidade da poupança. O pleito é que os CRI originados na própria instituição também cumpram tal papel.
Para este ano, o orçamento da Caixa para o segmento foi revisto e a previsão é de que o banco aplique mais de R$ 70 bilhões – de uma meta inicial da ordem de R$ 50 bilhões. Neste ano, o banco contratou R$ 47,6 bilhões, volume que supera os desembolsos de todo ano passado, de R$ 47,05 bilhões. O volume foi turbinado pelo programa Minha Casa, Minha Vida, com 355,4 mil unidades financiadas, envolvendo R$ 35,85 bilhões.
Para 2011, a Caixa parte de uma meta de mais R$ 70 bilhões. Até lá as fontes tradicionais de captação são suficientes para cobrir a demanda. Ele pondera que a securitização ganhará importância para o mercado, especialmente se a tendência de longo prazo de juros menores se confirmar.
"Em três ou quatro anos, quando a Selic estiver em 7%, 8% ao ano, o financiamento pode vir da tesouraria, daí não se discute mais a poupança", diz. "E para não carregar os recursos e fazer isso de forma sustentável, tem que ser com securitização."
Fonte: Valor Econômico / Adriana Cotias