
A situação, segundo a diretora do Sindicato Carmen Meireles, é no mínimo contraditória, já que o banco nega que existam metas de venda para caixas. "A direção do Santander diz que não, mas de fato os caixas também são cobrados a vender produtos do banco. E isso tem sobrecarregado e adoecido esses funcionários", diz a dirigente.
"E não para por aí. Esses funcionários ainda fazem a compensação, processam os depósitos e pagamentos efetuados pelos clientes nas máquinas do autoatendimento e processam os documentos deixados em malotes de PJ. Agora afirmam que em breve terão de fazer a digitalização de alguns documentos nas agências. Vale ressaltar que anos atrás o banco eliminou serviços de retaguarda e caixa PJ, passando os mesmos para um ‘núcleo externo de processamento’, diminuindo assim o número de funcionários, agora volta com esses serviços para as agências sem contratar mais funcionários", critica Carmen.
A sindicalista destaca também que, apesar de tantas funções, os caixas não são autorizados a fazer horas extras. "Se fazem, o gestor tem de dar explicações ao banco e utilizar sistema de compensação de horas. Mas o acordo de compensação de horas extras utilizado não está previsto na convenção coletiva dos bancários, nem no acordo aditivo do Santander, muito menos foi negociado com o Sindicato", denuncia.
Pressão
Os funcionários reclamam das reuniões de cobrança diárias nas agências. De acordo com eles, nesses encontros todos são pressionados, além disso, os bancários recebem e-mails e telefonemas lembrando as metas a cumprir.
"A forma mais cruel de assédio moral, o assédio institucional praticado pelos bancos, acaba causando adoecimento físico e mental do bancário, que pode ficar descartado para sempre do mercado de trabalho. Hoje a gestão do banco envolve simplesmente impor metas cada vez mais abusivas de vendas, gerando opressão sobre todo o grupo de trabalhadores e desgastando a relação da instituição com seus clientes. O Sindicato continuará cobrando o fim das metas abusivas e combatendo o assédio moral", diz Carmen.
Fonte: Contraf-CUT com Seeb São Paulo