O evento foi proposto pela Comissão de Políticas Públicas (CPP) da CMJP e secretariado pelo vereador Humberto Pontes (Avante) – A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) realizou, na tarde desta terça-feira (28), uma sessão especial para celebrar o ‘Dia do Bancário’. O evento, que aconteceu no plenário da Casa, foi proposto pela Comissão de Políticas Públicas (CPP) da Câmara, para debater a luta da categoria por direitos. O vereador Humberto Pontes (Avante) secretariou os trabalhos.
O presidente da CPP, vereador Marcos Henriques (PT), ex-presidente do Sindicato dos Bancários da Praíba, destacou em seu discurso a necessidade dos bancários fazerem uma reflexão sobre seu futuro, principalmente em momento decisivo para luta pelos direitos da categoria. “Vamos fazer um esforço para melhorar as condições dos clientes no atendimento bancário e de todos os trabalhadores que hoje exercem sua funções em constante rotina de extrema tensão”, disse.
O parlamentar revelou que conseguiu aprovar na CMJP, e já foi sancionado pelo prefeito, o Código do Consumidor Bancário, que reúne as leis sobre o assunto e também acrescenta normas de atendimento em instituições bancárias localizadas no Município. Ele pediu apoio da categoria para realizar um trabalho de efetivação da norma na cidade.
A presidente da Associação dos Economiários Aposentados e Pensionistas da Paraíba (AEA-PB), Teresinha Leandro, falou que a categoria precisa estar empenhada na luta constante por melhorias para a classe. Já o representante da Central Única dos Trabalhadores na Paraíba (CUT-PB) Gilberto Paulino enfatizou a perda de direitos sofridas pelos trabalhadores do Brasil. “Nem na época da ditadura os trabalhadores sofreram tão drástica perda de direitos. Agora querem destruir nossa aposentadoria. Precisamos continuar a luta para garantir direitos conquistados”, ensejou.
Lindonjhonson Almeida, presidente da Federação dos Trabalhadores dos Ramo Financeiro do Nordeste (Fetrafi/NE), falou da satisfação em ser bancário e comentou que a reforma trabalhista, ao abolir a cláusula da ultratividade, que garantia os direitos da Convenção Coletiva de Trabalho até a celebração de novo acordo, colocou em risco todos os direitos da categoria. “Por pouco, não vimos ir por água abaixo tudo o que conseguimos conquistar e proteger nesses 26 anos de CCT”, arrematou.
O presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, Marcelo Alves, recebeu uma placa em homenagem ao seu desempenho à frente do Sindicato dos Bancários da Paraíba, onde tem se desdobrado na defesa dos interesses da categoria profissional. Ele fez uma breve narrativa sobre as lutas dos bancários no Brasil e sobre a Campanha Nacional dos Bancários 2018, ressaltando as dificuldades nas negociações com os representantes dos bancos, das quais participou como membro do Comando Nacional dos Bancários.E aproveitou o ensejo para reforçar o chamado às bancárias e bancários para a Assembleia desta quarta-feira (29), à noite, quando a categoria vai discutir e deliberar sobre as propostas dos bancos.
De forma geral, falou sobre os desafios da classe trabalhadora, que tem que continuar a resistir e lutar contra as medidas do governo golpista, como o ataque às empresas públicas, entre elas os bancos estatais, a reforma trabalhista que rasgou literalmente a CLT, escancarou a terceirização e praticamente decretou a volta do trabalho escravo no Brasil, bem como das tentativas de acabar com a Previdência Social.
Lamentou não estar no Sindicato desfrutando do feriado estadual do Dia do Bancário, instituído pela Lei 8.939/2009, como ocorria de 2012 a 2016, quando a categoria celebrava essa data com festa, até a suspensão do feriado, em 2017, por uma medida liminar expedida pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, ex-ministro do governo ilegítimo de Michel Temer, para atender à Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif). E finalizou saudando bancárias e bancários.
“Estamos no auge da primeira campanha nacional dos bancários pós reforma trabalhista e aproveito o momento para, em nome do Sindicato dos Bancários da Paraíba, prestar esta homenagem à nossa categoria profissional, pela dedicação, força de trabalho, competência, determinação, coragem, garra e disposição para a luta. E que continuemos sempre assim, lutando e resistindo; Todos por Tudo!”, concluiu Marcelo Alves.
História do Dia do Bancário
Em 1951, os bancários brasileiros decidiram inovar na luta por reivindicações salariais e por melhores condições de trabalho. A mobilização da categoria seria unificada nacionalmente, mas as sucessivas tentativas de negociação fracassaram. Os banqueiros acenaram com um reajuste em torno de 20%, mas os bancários de São Paulo mantiveram sua reivindicação.
No dia 28 de agosto de 1951, uma assembleia histórica no Sindicato dos Bancários, contando com a presença de 28% da categoria, decidiu ir à greve para conseguir seus direitos. A greve foi deflagrada e logo duramente reprimida. O DOPS prendia e espancava os grevistas. Em todo o Brasil a manipulação da imprensa levou os bancários de volta ao trabalho, mas a categoria em São Paulo resistiu e, em conseqüência, a repressão aumentou.
Somente após 69 dias de paralisação, a categoria arrancou 31% de reajuste. Após o término da paralisação a repressão foi ainda mais acentuada. Centenas de bancários foram demitidos e as comissões por bancos foram desmanteladas pelos banqueiros. Mas, como resultado mais positivo, a greve de 1951 colocou em xeque a lei de greve do governo Dutra e provocou, também, a criação do Dieese em 1955.
A categoria repetiu em outros anos manifestações semelhantes às de 1951, que garantiram conquistas hoje incorporadas à sua vida laboral. É o caso da jornada de 6 horas, do fim do trabalho aos sábados, da convenção coletiva nacional, do tíquete-refeição, do tíquete-alimentação, da participação nos lucros e resultados, além de outros direitos duramente conquistados.
Assista a sessão especial na íntegra aqui.
Fonte: Seeb – Paraíba, com CMJP.