Quem quiser colaborar e fazer sua doação só precisa acessar o link da campanha, que foi dividida em quatro etapas, de acordo com as fases das caravana. Ao todo serão percorridos cerca de 4.300 quilômetros, partindo do sertão de Pernambuco até a capital federal.
A caravana começa no dia 27 de julho, em Caetés (PE) e tem destino final em Brasília (DF), no dia 5 de agosto, onde pretende denunciar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a situação de fome que atinge o país.
Em cada cidade haverá ações organizadas pelos movimentos e entidades locais como debates em universidades, feiras, atos de rua, reunindo milhares de pessoas, denunciando que o golpe parlamentar de 2016, promovido por Michel Temer (MDB), instaurou um grande retrocesso no Brasil causando impactos muito maiores que a escassez ou a falta de água.
“No nosso processo de construção de uma proposta de política de convivência com o semiárido, temos sempre colocado no centro do debate de que a fome não é um fenômeno natural, diferente da seca, a fome é resultado da ausência ou da não prioridade do povo na promoção da políticas públicas”, disse Cristina Nascimento, coordenação da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) pelo Estado do Ceará.
Segundo Cristina, no período de 2003 a 2016, vários programas como Fome Zero, Bolsa Família, Brasil Sem Miséria, aposentadoria rural, entre outros, trouxeram o povo para dentro do orçamento público numa outra perspectiva. “Tudo isso e outras tantas ações possibilitaram tirar o Brasil do mapa da fome. Demos um passo que parece curto, mas foi um passo histórico”, disse.
“O que vivemos hoje é resultado dos retrocessos, dos cortes no orçamentos para programas como os de convivência com o semiárido, das famílias sendo cortadas do Bolsa Família, dos programas para a agricultura familiar sem orçamento nenhum e tantos outros retrocessos que aconteceram nos últimos dois anos. O golpe foi mais impactante para famílias pobres, negras, das comunidade urbanas e rurais . Por isso que gritar contra a fome é necessariamente gritar pelo retorno da democracia”, disse Cristina.
Doações
A meta de arrecadação da campanha de financiamento da caravana é R$ 150 mil. O dinheiro será usado para despesas com logística, hospedagem e alimentação para todos os participantes. Segundo os organizadores, esse valor é equivalente aos custos de 90 pessoas, entre agricultores e agricultoras, lideranças, técnicos e jornalistas.
Para quem doa, por exemplo R$ 50, a recompensa, além do agradecimento pela colaboração com o projeto, é um kit de cinco cartões postais com ilustrações inspiradas no cotidiano semiárido.