Foi difícil, mas conseguimos um reajuste salarial com ganho real e na média de outras categorias. Os bancos continuam obtendo lucros expressivos e poderiam ter valorizado o nosso trabalho atendendo nossa reivindicação plena. Não foi a campanha dos nossos sonhos, mas não tivemos perdas, como queriam os banqueiros durante todas as rodadas de negociação, e ainda incluímos 16 novas cláusulas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). O combate ao assédio moral, que adoece e mata, agora está clausulado.
O reajuste de 4,64% sobre salários e demais verbas representou um ganho real de 0,9%. Além disso, a CCT aprovada garantiu outras conquistas econômicas, como reajuste de 8% na verba de requalificação e de 4,64% na 13ª cesta alimentação, e avanços em cláusulas sociais, especialmente para mulheres, PCDs, pessoas LGBTQIA+ e afetadas pelas mudanças climáticas e medidas visando o combate do assédio moral e sexual no trabalho.
Do dia 19 de junho até o dia 31 de agosto, sabedores que a CCT dos bancários não tinha mais a cláusula de ultratividade, para garantir nossos direitos até o fechamento de um novo acordo, os banqueiros tentaram dividir a categoria, retirar direitos e impedir nossa mobilização. Mas, a nossa base reagiu, participou conosco das manifestações pelas redes sociais e nas ruas, culminando com a deflagração da greve de bancárias e bancários do Banco do Brasil durante sete dias.
“Eu nem vou repetir que esta não foi a campanha dos nossos sonhos porque os banqueiros nunca atenderam plenamente às nossas reivindicações. Tudo o que conseguimos até hoje foi fruto de nossas lutas em uma queda de braço desigual com os bancos. Nós fizemos mobilizações e a base fortaleceu o Comando Nacional para rejeitarmos em mesa as propostas absurdas de retirada de direitos com reajustes abaixo da inflação e que dividiam nossa categoria profissional. Apesar de cerca da metade de nossa base não ter participado das plenárias/assembleias virtuais, nossa resistência foi forte e culminou com a greve de sete dias das bancárias e bancários do Banco do Brasil, um recado para a direção do banco assumir o compromisso com a valorização de quem gera seus lucros. Tivemos contratempos e desencontros, mas consideramos vitoriosa a campanha nacional dos bancários 2024. A luta continua, companheiras e companheiros!”, avaliou Lindonjhonson Almeida, presidente do Sindicato.