Com o acirramento dos ataques do governo golpista às empresas públicas a campanha “Se é público, é para todos”, lançada pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas em junho passado, torna-se cada vez mais necessária. Uma vertente dessa iniciativa, específica aos bancos públicos, reuniu na última quinta, 23, em São Paulo, coordenadores de comissões de funcionários destes bancos e de federações e sindicatos do País. A coordenadora do comitê, Rita Serrano, participou do encontro.

“Nossa campanha, que já atinge todas as regiões brasileiras e colocou em pauta os riscos da privatização, ganha agora um importante reforço, num momento em que o governo federal impõe como condição a venda de bancos públicos para repassar ajuda financeira aos estados”, afirma Rita. Ela se refere ao projeto de recuperação fiscal do governo, reenviado ao Congresso Nacional também na última quinta e que traz entre suas condicionantes a venda de empresas de água, saneamento, eletricidade e bancos estaduais, além da suspensão de aumentos salariais a servidores.

Além da Caixa e BB, atingidos por processos de reestruturação que objetivam o sucateamento dos bancos (menos mão de obra e consequente precarização dos serviços), o projeto de recuperação fiscal do governo põe em risco bancos estaduais como o Banrisul (RS), Banestes (ES), Banese (SE), Banpará (PA) e o Banco de Brasília (BRB). Os dirigentes sindicais presentes ao encontro em São Paulo destacaram a necessidade de unir forças com as centrais sindicais, com os movimentos sociais (entre eles a Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, Movimento de Luta por Terra – MST-, Agricultura Familiar, Contag e Movimento de Luta por Moradia – MTST) e com atores da sociedade em geral para reagir à ofensiva.

Essa unidade já vem caracterizando o Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas desde sua origem, em janeiro de 2016, pois conta com o apoio efetivo da Fenae, Contraf-CUT, cinco centrais sindicais e entidades associativas, sindicais e do movimento social. “É essa unidade, indispensável, que já nos trouxe conquistas como os avanços no texto do PLS 555 (Estatuto das Estatais)”, lembra Rita.

Na sua avaliação, além das ações conjuntas com as entidades também é fundamental a abordagem a parlamentares no Congresso Nacional, como foi feito, positivamente, no caso do PLS 555. “O desmonte dos bancos públicos trará graves consequências aos trabalhadores e sociedade brasileira. É preciso dialogar com a população para fortalecer a luta nacional em defesa dos bancos públicos, mas também é fundamental pressionar o Congresso”, aponta.

Lançamento – A campanha em defesa dos bancos públicos deve ser lançada no dia 9 de março (veja calendário abaixo), em congresso da Contraf-CUT. Para o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, quando as reestruturações dos bancos surgiram ficou claro que o ataque não era apenas privatizante, mas trazia também como objetivo o sucateamento, abrindo espaço aos bancos privados.

 “Devemos debater a ação sindical na defesa dos bancos públicos de uma maneira organizada. O grande segredo da campanha nacional dos bancários é a unidade, e isso nos diferencia de todas as outras categorias. Por isso, precisamos criar uma campanha forte, com união de várias forças”, afirma.

 Encaminhamentos

o  Federações terão papel central na campanha e delas partirão propostas de ações regionais e locais para incorporação à campanha;

o  Intensificação de visitas no Congresso Nacional e aos parlamentares;

o  Articulação com o Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas;

o  Carta aberta à população sobre a importância dos bancos públicos e os ataques que estão sofrendo;

o  Fortalecimento dos comitês locais/regionais em defesa dos bancos públicos.

 

Calendário

o  9/03 – Lançamento da Campanha em Defesa dos Bancos Públicos

o  15/03 – Grande mobilização nacional em Defesa dos Bancos Públicos somando à contra a Reforma da Previdência.

Fonte: Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, com Contraf-CUT