As denúncias já podem ser remetidas pelos sindicatos e federações de bancários para a Contraf-CUT e pelas entidades sindicais dos vigilantes à CNTV, que farão o envio para a Febraban, que, por sua vez, fará o encaminhamento para a instituição financeira. A resposta será apresentada pela Febraban no prazo de cinco dias úteis à entidade demandante (Contraf-CUT e CNTV), conforme registro na ata da reunião.
“A criação de um canal de relacionamento com a Febraban, com a finalidade de verificar as irregularidades existentes e com prazo definido para resposta, é um avanço importante que certamente vai contribuir na perspectiva de melhorar as condições de segurança e proteger a vida de bancários, vigilantes e clientes”, projeta o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.
“Esse novo canal é positivo para a verificação dos problemas de insegurança pelos bancos, a exemplo do instrumento de combate ao assédio moral que foi conquistado na campanha nacional dos bancários deste ano e que prevê o encaminhamento de denúncias pelos sindicatos aos bancos com prazo para apuração e resposta”, destaca o diretor do Sindicato Daniel Reis.
“Trata-se de um importante canal para buscar soluções junto aos bancos, visando corrigir irregularidades e eliminar riscos, a fim de prevenir ataques a bancos e evitar novas vítimas. Nos primeiros nove meses deste ano, 18 pessoas perderam a vida em assaltos envolvendo bancos em todo país, a maioria vigilantes”, ressalta o presidente da CNTV, José Boaventura Santos.
Irergularidades – Na mediação, a Contraf-CUT voltou a cobrar a necessidade de em instrumento do MPT que estabeleça que o transporte de valores não pode ser efetuado por bancários. A Febraban informou que vem orientando os bancos nesse sentido, nos termos da lei. Ademir lembrou que ainda na última reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada, ocorrida em setembro, um grande banco privado foi multado em 20 processos movidos pela Polícia Federal em diversos estados do país por causa dessa prática ilegal.
Em relação ao abastecimento de caixas eletrônicos, os trabalhadores defenderam o fim da contagem e do manuseio de numerário, por meio do processo da troca de cassetes. A Febraban não aceitou, alegando que os dois modelos em uso (troca de cassetes e troca total da carga) estão de acordo com a legislação vigente. Os bancos reiteraram “ser inviável se comprometer, haja vista a complexidade e a magnitude que envolve a troca integral de equipamentos”. Boaventura reforçou que “não é apenas o cumprimento da legislação pertinente (já defasada) que se persegue, mas a segurança das pessoas”.
Quanto à definição de estacionamentos de carros-fortes, “a Febraban ficou de buscar, juntamente com a Associação Brasileira de Transporte de Valores (ABTV), soluções mais seguras para a operação de embarque e desembarque de valores, inclusive no que concerne aos locais de parada dos carros-fortes”.
Ao final da reunião, as partes ficaram de estudar o melhor instrumento para formalizar os compromissos assumidos no MPT. Uma próxima reunião está agendada para 10 de dezembro, às 14h, em Brasília. O chefe de gabinete do procurador-geral do Trabalho, Ricardo Brito Pereira, que presidiu a mediação, comprometeu-se a encaminhar minuta das cláusulas a serem firmadas para análise das partes.