A Contraf-CUT, em conjunto com sindicatos, federações e Afubesp, encaminhou nesta semana carta ao presidente do Santander Brasil, Fábio Barbosa, cobrando respeito, diálogo, negociação e fim da prática anti-sindical. Cópia do documento foi enviada ao presidente mundial do Santander, Emilio Botin, junto com outra correspondência.

O envio desses documentos foi uma das deliberações da plenária de cerca de 80 dirigentes sindicais do Santander e Real de todo País, realizada no último dia 15, em São Paulo. Na ocasião, os representantes decidiram levar à presidência do banco o descaso com que são tratados os trabalhadores e as entidades sindicais, como mostra o descumprimento do Termo de Compromisso do Banesprev, as mudanças unilaterais do HolandaPrevi e a cartilha que apresenta conquistas da luta dos bancários como se fossem benefícios generosamente dados pelo banco.

Fábio Barbosa

"Diariamente vemos o banco gastar milhões de reais para propagandear sua imagem nos meios de comunicação, focando "o valor das idéias", ao mesmo tempo em que somos desconsiderados, apesar da nossa importância no relacionamento com os clientes. O valor do trabalho nada significa para o banco?", afirma a carta enviada para Barbosa.

"Solicitamos-lhe a marcação de uma audiência, dentro da maior brevidade possível, a fim de que possamos estabelecer uma nova relação com as entidades sindicais e os trabalhadores, com base no diálogo, na negociação, no compromisso e no respeito. Enfim, queremos que o Santander respeite o Brasil e os brasileiros", conclui o documento.

Emilio Botín

Na carta para Botín, as entidades lembram o discurso da diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Rita Berlofa, durante a recente assembléia dos acionistas na Espanha. Ela havia cobrando diálogo, melhores condições de trabalho e respeito aos trabalhadores. Na oportunidade, o presidente mundial do Santander respondeu que "que nossa direção no Brasil promoverá sempre o diálogo e a participação".

"Dirigimo-nos ao senhor para ratificar o que a nossa representante afirmou na Espanha: a atual direção do banco no Brasil não respeita as entidades sindicais nem os acordos firmados. No anexo, a carta enviada ao senhor Fábio Barbosa, responsável pela gestão do Santander no Brasil, por meio da qual denunciamos e cobramos solução para uma série de desvios pautados pela falta de negociações, descumprimento de acordos e prática anti-sindical", aponta o documento.

"Gostaríamos de agendar uma reunião com o senhor, na sua próxima visita ao nosso país, para colocá-lo a par dos desafios do que o Santander deverá enfrentar para vencer no Brasil. O senhor ouvirá o ponto de vista dos trabalhadores que ajudam a construir um dos melhores resultados do banco em todo o mundo. E nossa preocupação com o triste fato de que a empresa está andando para trás, tomando caminhos diversos daqueles trilhados pelas instituições de sucesso no Brasil", reivindicam as entidades.

Avaliação

"Estamos manifestando a indignação dos trabalhadores e das entidades sindicais com o tratamento desrespeitoso do Santander, buscando estabelecer uma relação de diálogo e negociação e valorizar quem constrói os resultados deste banco", destaca o secretário de Imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.

Para Rita Berlofa, "nosso objetivo é buscar soluções para os graves problemas vividos pelos trabalhadores no Brasil, para os quais a direção do banco vem fazendo vistas grossas".

> Veja aqui a Carta ao presidente do banco no Brasil, Fábio Barbosa
> Veja aqui a Carta ao presidente do grupo na Espanha, Emilio Botín

Fonte: Contraf-CUT

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