O Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários) encaminhou nesta terça-feira, dia 16, oficio ao presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, questionando o futuro do Centro de Suporte Operacional (CSO) de Porto Alegre.

No documento, o SindBancários alerta o presidente do BB quanto aos prejuízos decorrentes do possível encerramento dos serviços da plataforma da capital gaúcha, decisão que irá afetar a vida de cerca de 150 bancários e seus familiares, caso o CSO de Porto Alegre tenha seus serviços transferidos para Curitiba.

Também destaca que o CSO gaúcho tem profissionais qualificados e que nos últimos anos foram responsáveis pelo cadastro, fiscalização e estudo de operações de crédito rural e urbano. São capacitados para atender demandas regionais, em tempo hábil, devido à proximidade com a realidade local, o que facilita o processo de análise e liberação de crédito no Estado do Rio Grande do Sul.

E acrescenta: "Ao longo de 2008, o CSO de Porto Alegre realizou mais de 80 mil procedimentos, tais como: 24 mil atualizações cadastrais, de pessoa jurídica e rural; e em torno de 46,5 mil análises de operações de crédito, sendo capital de giro, investimento rural, pecuário, Proger rural/empresarial. Foram mais de 5,3 mil operações de análise de agricultura familiar e uma infinidade de atendimentos telefônicos".

Confira a íntegra do documento.

Porto Alegre, 18 de junho de 2009.

Ao
Banco do Brasil S.A.
Presidência
Att. do Sr. Aldemir Bendine
Brasília – DF

Prezado Senhor:

Ref.: Plataforma do Centro de Suporte Operacional (CSO) de Porto Alegre.

Ao cumprimentarmos Vossa Senhoria, vimos manifestar-lhe as preocupações dos funcionários do Banco do Brasil diante do futuro da Plataforma do Centro de Suporte Operacional (CSO) de Porto Alegre.

Esses profissionais, lotados há muitos anos no CSO de Porto Alegre (Área de Crédito), são responsáveis pelo cadastro, fiscalização e estudo de operações de crédito rural e urbano. São capacitados para atender demandas regionais, em tempo hábil, devido à proximidade com a realidade local, o que facilita o processo de análise e liberação de crédito no Estado do Rio Grande do Sul.

Ao longo de 2008, o CSO de Porto Alegre realizou mais de 80 mil procedimentos, tais como: 24 mil atualizações cadastrais, de pessoa jurídica e rural; e em torno de 46,5 mil análises de operações de crédito, sendo capital de giro, investimento rural, pecuário, Proger rural/empresarial. Foram mais de 5,3 mil operações de análise de agricultura familiar e uma infinidade de atendimentos telefônicos.

Caso o CSO de Porto Alegre venha a ser fechado e os serviços remanejados para Curitiba, a exemplo do que o Banco está fazendo com as unidades similares de Cuiabá e Ribeirão Preto, serão afetados por essas medidas de duvidosa "responsabilidade social", cerca de 150 funcionários e seus familiares.

Se centralizados e/ou eliminados do RS, esses processos relacionados à análise e liberação de créditos deverão obedecer critérios ainda não conhecidos e/ou não dimensionados. O acúmulo de processos em Curitiba sobrecarregará todo o funcionalismo e trará, ainda, impactos negativos à qualidade e agilidade do trabalho.

Além dos danos causados ao funcionalismo, o que chama atenção é a indiferença com a "economia sustentável" de nosso Estado, que tanto a direção do BB cita em suas peças publicitárias. É muito difícil entender essas ações do Banco, se considerarmos que o enfrentamento da crise financeira e de crédito passa pelo "destravamento" do crédito.

Observamos que em suas "medidas estruturantes" a diretoria do BB considera somente o que está relacionado à diminuição de custos. A lógica estruturante apresenta problemas, desde maio de 2007, tanto na área de comércio exterior, como na área de agronegócio.

Um dos principais problemas é o tratamento de desrespeito, que vem sendo dispensado aos funcionários do banco, que nas palavras do presidente do BB, na Revista BB, no espaço "Carta do Presidente", no mês de abril de 2009, absolutamente, não encontra eco de realidade.

Outro problema relevante é a perda de clientes do Banco. Desde o início dessas medidas, muitos clientes perderam a confiança na instituição e procuraram os concorrentes para encaminharem as suas demandas.

Mais do que dedicar especial atenção à oferta de crédito, seja para clientes pessoas físicas ou jurídicas, de grande ou pequeno porte, seja no agronegócio ou no comércio exterior, o BB precisa assumir efetivamente as funções de empresa pública, com mais transparência e responsabilidade, voltada para o desenvolvimento econômico e social dos estados e do país.

Isto posto, vimos solicitar-lhe a suspensão imediata das "Medidas Estruturantes" com a centralização de serviços e marcação de uma negociação específica para debater o futuro do CSO de Porto Alegre. Com as recentes mudanças ocorridas na presidência e na direção do BB, esperamos ter oportunidade para rediscutir esse processo de reestruturação, que não levou em conta a realidade e as potencialidades do Rio Grande do Sul.

Também queremos apresentar-lhe as propostas dos funcionários, visando o fortalecimento do BB como empresa pública e social e a valorização profissional dos bancários, responsáveis pela relação com os clientes e pelo crescimento do Banco.

No aguardo de sua resposta, subscrevemo-nos.

Atenciosamente.

Juberlei Baes Bacelo
Presidente

Fábio Soares Alves
Secretário-Geral

Flávio Pastoriz
Diretor de Comunicação

Ronaldo Zeni
Diretor de Formação

Pedro Leonardo Loss
Diretor de Apoio

Júlio César Vivian
Diretor de Apoio

C/Cópia para a Vice-Presidência de Gestão de Pessoas de Brasília
C/Cópia para a Superintendência Estadual do Banco do Brasil
C/Cópia para o Centro de Suporte Operacional (CSO) de Curitiba
C/Cópia para o Centro de Suporte Operacional (CSO) de Porto Alegre
C/Cópia para a Contraf-CUT
C/Cópia para a Comissão de Empresa dos Funcionários do BB
C/Cópia para a Federação dos Bancários do RS

Fonte: Imprensa/SindBancários