Na ação, Irving Picard, administrador da massa falida do fundo de Madoff, sustenta que o Itaú recebeu indevidamente US$ 77 milhões, usados para honrar saques e pagar clientes, antes de o escândalo vir a público.
Só que esse dinheiro não era fruto de investimentos, mas de um esquema fraudulento de pirâmide. As retiradas prejudicaram o conjunto de aplicadores.
PROCESSO
O processo contra o banco Itaú chegou à corte de falências de Nova York na última quinta-feira, junto com outros três semelhantes, contra o banco francês Crédit Agricole (US$ 30,6 milhões), os gestores da Arden Asset (US$ 43,4 milhões) e a britânica Grosvenor Investments (US$ 36,5 milhões).
É a segunda ação contra um banco de origem brasileira. Em maio do ano passado, Picard entrou com processo contra o Safra National Bank of New York, unidade nos EUA do banco brasileiro, pedindo US$ 111 milhões.
No Brasil, a Justiça brasileira condenou o Itaú a pagar R$ 177 mil a um investidor que teve seus recursos aplicados no fundo Fairfield.
Desde que foi nomeado "liquidante", Picard já processou mais de cem bancos e empresas de gestão de recursos em todo o mundo.
Com os processos abertos na Justiça dos EUA, Picard conseguiu forçar acordos que permitiram a recuperação de quase US$ 10 bilhões.
Ex-presidente da Nasdaq, Madoff foi preso em 2009, condenado a 150 anos por crimes contra o sistema financeiro. A fraude ocasionou perdas de até US$ 65 bilhões.
Procurado pela reportagem, o banco Itaú preferiu não comentar o caso, mas afirmou que vai agir no melhor interesse dos clientes.
Fonte: Toni Sciarretta – Folha de São Paulo