A Cassi contratou como Analista de Saúde Senior Milton Murakami, por indicação proposta pelo seu sócio, o diretor eleito da caixa de assistência Luiz Satoru. Em um processo no mínimo eticamente questionável, Murakami foi contratado para o cargo mesmo sem experiência em organização de serviços de saúde e, para piorar, residindo em estado diferente do qual realiza suas atividades como analista da Cassi, o que gera para a caixa de assistência recorrentes despesas com suas viagens.

“Mesmo sem experiência na organização de serviços médicos, Murakami foi contratado para atuar em um projeto na Cassi Paraná, reorganizando o atendimento médico na Cinicassi e rede credenciada. A única razão possível que enxergo para que uma pessoa sem experiência em gestão de serviços de saúde, residindo em estado diferente daquele onde realizará suas atividades, é que a vaga em questão estava previamente destinada para ele, fato que torna-se ainda mais grave pelo fato do contratado ser sócio do diretor que propôs a sua contratação”, relata o diretor do Sindicato e bancário do BB, João Fukunaga.

De acordo com a proposta inicialmente apresentada por Satoru, a contratação de Murakami se daria numa vaga existente na Cassi Brasília, vaga essa que seria transferida para a Cassi São Paulo, onde se daria de fato a contratação.

Entretanto, durante apresentação da proposta de contratação à diretoria da Cassi, Satoru não conseguiu responder os questionamentos sobre o local de residência e a experiência de Murakami para ocupar o cargo. Então, retirou a proposta de pauta e, uma semana depois, apresentou novo documento com a proposta de contratação do seu sócio, dessa vez sem citar a realização de viagens a serviço, reduzindo seu valor no orçamento solicitado e afirmando que a contratação seria destinada para a classificação das Cassi estaduais, não para o projeto do Paraná.

“Após a apresentação desse segundo documento, Satoru contratou Murakami, o instalou na Cassi São Paulo e o faz viajar frequentemente para Curitiba e Brasília, utilizando para isso as verbas de viagens da sua diretoria. Portanto, não se trata apenas de contratar o sócio para um trabalho ao qual ele não está apto. Nem mesmo apenas contratá-lo numa cidade diferente daquela onde o projeto está funcionando. Trata-se de alterar o documento que aprovou a contratação para adaptá-la ao sócio e camuflar as despesas com viagens”, avalia Fukunaga.

João lembra ainda que a Cassi enfrenta uma situação deficitária, decorrente de um problema de gestão causado pela inépcia do patrocinador, Banco do Brasil, e que, portanto, nesse contexto contratações fraudulentas como a de Milton Murakami tornam-se ainda mais danosa para a entidade, levando a apadrinhamentos na Cassi e aumento de despesas pagas por seus associados.

“O mesmo Satoru que contratou seu sócio como analista, ignorando a falta de experiência e o aumento de custos desnecessário com viagens, chegou a ameaçar cortar credenciamentos depois que a proposta do BB para a Cassi, apoiada por ele, foi derrotada. O processo seletivo transparente e responsável para os quadros da Cassi sempre foi defendido pelo movimento sindical. Não por acaso foi implantado na gestão do ex-diretor da Cassi William Mendes, que foi apoiado pelo Sindicato e diversas outras entidades representativas dos bancários do BB”, destaca Fukunaga.

“É muita cara de pau um diretor eleito contratar seu sócio, que mora em São Paulo, para atuar no Paraná, gerando custos para a Cassi, enquanto justifica votos que oneram os associados com o discurso de conter custos e promover a sustentabilidade da caixa de assistência. É urgente que Satoru apresente as necessárias explicações sobre a contratação de Murakami. O Sindicato, como entidade representativa dos funcionários do BB, da ativa e aposentados, vai cobrar que seja realizada uma investigação séria para avaliar a legalidade dessa contratação”, conclui o diretor do Sindicato.

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