“Queríamos saber sobre a veracidade ou não de rumores sobre o estudo de um novo modelo de custeio e, para nossa surpresa, Satoru confirmou que existe um estudo neste sentido”, disse o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, que representa a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com a Cassi. “Isso nos deixa preocupados, pois sabemos que a atual diretoria é alinhada ao banco, que busca reduzir sua participação no custeio do plano”, completou.
“As diretorias indicadas pelo banco e a eleita pelos associados tentam vender a ideia da necessidade de reavaliar a participação dos associados nos custos, no sentido de aumentá-la, e não negam que já existe estudo de uma nova fórmula de custeio, sem aumentar a oneração do banco”, informou o dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e membro da CEBB, Getúlio Maciel, que também participou da reunião. “Mas, não há qualquer discussão prévia com os funcionários e suas entidades de representação sobre isso. Vamos lutar contra novos aumentos de custos para os associados”, completou, lembrando, inclusive, que existe o compromisso com as entidades dos funcionários de que a coparticipação deve retornar aos patamares anteriores a 2018, quando houve a negociação para o aumento provisório apenas para sanear a Cassi.
A base estrutural do atual modelo de custeio define a contribuição pelos associados de 4% sobre suas verbas salariais, com contribuição mínima de R$ 120,00. O banco contribui com 4,5% sobre o total das verbas salariais, com valor mínimo de R$ 135,00. Sobre os dependentes, os aposentados contribuem com 2%, limitado a R$ 300. Os funcionários da ativa contribuem com 1,75%, sendo 1% para o primeiro dependente, 0,5% para o segundo e 0,25% para o terceiro, também limitado a R$ 300.
“Acabamos de aprovar um estatuto para a entidade que define o modelo de custeio. Não vamos aceitar qualquer alteração que traga mais onerações aos associados”, afirmou Fukunaga.
Relatório
A diretoria da Cassi convocou a reunião com a Contraf-CUT e as demais entidades de funcionários para apresentar seu Relatório de 2019. Para Fukunaga, a reunião para apresentar o relatório depois de o mesmo ter sido elaborado, divulgado e na véspera do término da votação para sua aprovação, era desnecessária.
“Esta reunião deveria ter sido realizada antes da finalização do relatório. Teríamos apontado seus diversos erros lá atrás e eles poderiam ter sido corrigidos”, disse dirigente do Sindicatos dos Bancários de Campinas e também membro da CEBB, representando a Feeb SP/MS, Elisa Figueiredo. “Talvez tenha sido proposital. Assim, não precisaram dar o crédito ao esforço da Contraf-CUT e de outras entidades de funcionários, que conseguiram colocar mais de R$ 1 bi no caixa da Cassi. Nem dizer que reduziram a Estratégia de Saúde da Família, que realiza o trabalho preventivo e, por isso, reduz custos operacionais. Tampouco mencionaram os cortes no Programa de Auxílio Farmacêutico”, observou Elisa.
Nova composição da diretoria
Fukunaga disse ainda que agora as entidades de representação dos trabalhadores precisarão ficar ainda mais atentas com os rumos que serão tomados pela Cassi.
“A nova composição da diretoria eleita será formada por Carlos Flesch e Luiz Satoru. Os funcionários não terão ninguém ligado às suas entidades de representação sindical. Ambos os diretores eleitos fazem parte de grupo político que, constantemente, vota de acordo com as vontades do banco, em detrimento dos interesses dos funcionários. Haja visto os sucessivos aumentos na coparticipação, e no indicativo de aumento do custeio, onerando apenas o trabalhador. Teremos que ter muita atenção e estarmos unidos para conseguir barrar os ataques”, concluiu.
Fonte: Contraf-CUT