#JuntosPorValorização: maiores bancos do país pagam remuneração média anual de R$ 9 milhões às diretorias, mas estão dizendo que o mercado não tá fácil
Nesta segunda-feira (12), a categoria bancária realizará um dia nacional de luta, com mobilizações nas agências de todo o país, para pedir reajustes na remuneração. As ações ocorrerão um dia antes da 7ª rodada de negociações com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), na Campanha Nacional dos Bancários para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
A orientação é que, nos locais de trabalho, as entidades trabalhem os materiais em cima do mote “Se tem lucro, tem que ter valorização” e, quando forem postar as ações nas redes sociais, utilizem a hashtag #JuntosPorValorização, sempre marcando a Contraf-CUT (@Contraf_CUT). Um e-mail foi enviado às entidades sindicais, com materiais para as ações de mobilização.
Na última mesa de negociação, realizada quarta (07), os trabalhadores apertaram os bancos com dados que demonstram que, no Brasil, as instituições seguem obtendo lucros e rendimentos exorbitantes. Ainda assim, os porta-vozes da Fenaban disseram que estariam em perigo no país, devido ao aumento da concorrência e, ainda, fizeram sugestões que precarizam direitos e rebaixam salários no setor, prontamente recusadas pelo Comando Nacional dos Bancários.
“Os bancos estão chorando de barriga cheia. Mostramos que, entre 2003 e 2023, o lucro líquido dos maiores bancos no Brasil cresceu 169% acima da inflação. Além dos lucros, os bancos sempre mantiveram rentabilidade significativa no país, mesmo em momentos de crise, com crescimento médio de 15% acima da inflação. A título de comparação, os bancos dos Estados Unidos têm rentabilidade média de 6,5% acima da inflação, na Espanha 10% e na Inglaterra 9%”, destacou a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e também presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. “Atualmente, 82% do crédito brasileiro e 81% dos ativos do setor financeiro estão nas mãos dos bancos”, completou.
Os trabalhadores destacaram que, enquanto os cinco maiores bancos do Brasil pagam remuneração média anual de R$ 9 milhões às diretorias, nos últimos oito anos, os bancários tiveram um déficit nos salários de 0,3%, abaixo da inflação.
O Comando também exigiu que, na próxima reunião, que acontecerá na terça (13), os bancos tragam propostas sobre a série de reivindicações já levadas às meses de negociação e que incluem:
– Aumento real salarial, melhora na PLR, VA/VR e demais remunerações, como auxílio creche e babá;
– Saúde e condições de trabalho, com o foco no adoecimento da categoria;
– Combate ao assédio moral e sexual;
– Direito à desconexão;
– Direito às pessoas com deficiência (PCDs) e neurodivergentes;
– Igualdade de oportunidade e igualdade salarial, entre gênero e raça;
– Mais mulheres na TI;
– Olhar especial para as trabalhadoras e os trabalhadores transexuais, dada a vulnerabilidade social desse grupo, para que, além de terem acesso às vagas no setor, consigam permanecer e ascender na carreira.
Fonte: Contraf-CUT