Em junho de 2011, a cesta básica pessoense teve um aumento no seu custo, e os produtos que tiveram a maior alta foram o tomate e banana. Neste mês, o custo dos insumos básicos variou em cerca de 3,02% em relação ao mês de maio.

Na análise por capital, as quedas ocorreram em Goiânia (-3,23%), Aracaju (-1,84%), Vitória (-1,71%), Rio de Janeiro (-1,19%) e Brasília (-1,14%). Dentre as 12 cidades onde os preços subiram, os destaques foram Florianópolis (4,44%), Fortaleza (3,64%) e João Pessoa (3,02%).

No sexto mês de 2011, dos 12 produtos registrados pela pesquisa, 5 apresentaram aumento: tomate (19,14%), banana (14,1%),  feijão (2,55%), carne (0,55%) e farinha (0,51%). Dos 7 produtos que apresentaram queda, destaca-se o açúcar que diminuiu seu preço em -3,33% e a manteiga (-1,87%). Os outros produtos que apresentaram redução nos preços foram: Pão (-1,51%), o arroz (-1,22%), leite (-0,98%), café (-0,32%) e o óleo de soja (-0,3%).

Com esta alta no mês de junho, a capital pessoense deixou de ter a segunda cesta básica mais barata entre as capitais onde o DIEESE realiza a pesquisa mensal, sendo ultrapassada por Salvador, que registrou uma cesta no valor de R$ 204,69. A cesta pessoense custou no mês de junho R$ 206,22. Aracaju continua possuindo a cesta básica mais barata, apresentando um custo no valor de R$ 183,24.

Tabela 1 – Quanto se trabalha para comer em João Pessoa
Variação mensal em Junho de 2011

 

Produtos

Quantidades

Gasto mensal

Variação
mensal (%)

Tempo de trabalho

 

Junho
2011

Maio
2011

Junho
2011

Maio
2011

 

Total da Cesta

 

206,22

200,18

3,02

83h15m

80h48m

 

Carne

4,5 kg

66,38

66,02

0,55

26h48m

26h39m

 

Leite

6 l

12,18

12,30

-0,98

4h55m

4h58m

 

Feijão

4,5 kg

14,49

14,13

2,55

5h51m

5h42m

 

Arroz

3,6 kg

5,69

5,76

-1,22

2h18m

2h20m

 

Farinha

3 kg

5,97

5,94

0,51

2h25m

2h24m

 

Tomate

12 kg

29,88

25,08

19,14

12h04m

10h07m

 

Pão

6 kg

35,28

35,82

-1,51

14h14m

14h28m

 

Café

300 g

3,09

3,10

-0,32

1h15m

1h15m

 

Banana

7,5 dz

13,35

11,70

14,10

5h23m

4h43m

 

Açúcar

3 kg

6,09

6,30

-3,33

2h28m

2h33m

 

Óleo

900 ml

3,31

3,32

-0,30

1h20m

1h20m

 

Manteiga

750 g

10,51

10,71

-1,87

4h15m

4h19m

 

                          Pesquisa Nacional da Cesta Básica

                          Fonte: Dieese.

Alimentação básica da família pessoense custa R$ 618,66

Em João Pessoa, o custo da cesta básica, para o sustento de uma mesma família durante um mês, conforme cálculo adotado pelo DIEESE, foi de R$ 618,86 no mês de junho, o equivalente a aproximadamente 1,13 vezes o salário mínimo bruto de R$ 545,00. Vale destacar, que este cálculo toma por base uma família composta por 2 adultos e 2 crianças, que por hipótese, consomem o mesmo que 1 adulto.

Comprometimento do Salário Mínimo com a Cesta Básica em João Pessoa é de 41,13%

Para comprar os alimentos essenciais, um trabalhador que ganha salário mínimo precisou cumprir, em junho uma jornada de 83 horas e 15 minutos. Em maio este valor era de 80 horas e 48 minutos. Em junho de 2010, a jornada exigida era maior: 83 horas e 40 minutos.

Quando a comparação é feita com o salário mínimo líquido (após o desconto da parcela correspondente à Previdência), o resultado é semelhante. Em junho, o custo médio da cesta representou 41,13% do mínimo líquido, já o de maio ficou em 39,92%. Em junho de 2010 este percentual era de 38,68%.

Salário Mínimo Necessário: R$ 2.297,51

Com base no maior valor apurado para a cesta e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o salário mínimo necessário, que em junho correspondeu a R$ 2.297,51. Este valor representa 4,22 vezes o mínimo em vigor, de R$ 545,00. Em maio, o valor estimado era bastante parecido, de R$ 2.293,31, ou seja 4,21 vezes o piso em vigor. Em junho de 2010, o menor valor deveria ser de R$ 2.092,36, isto é, 4,1 vezes o mínimo de então, de R$ 510,00.

 

Comportamento dos preços nas capitais

A exemplo do que ocorreu em maio, também em junho o tomate, item pesquisado em todas as localidades, foi o produto que mais influenciou o aumento no preço da cesta. Dezesseis das 17 capitais pesquisadas apresentaram alta neste item, com destaque para Florianópolis (35,97%), Porto Alegre (25,84%) e Curitiba (23,79%). Este comportamento, especialmente nas capitais do Sul do país, foi justificado pela forte queda da temperatura, com a ocorrência de geadas que afetaram os tomateiros. Em 12 meses, o aumento do tomate foi apurado em 14 localidades, em especial no Rio de Janeiro (52,61%), Fortaleza (49,64%), Florianópolis (48,82%), Goiânia (42,70%) e Curitiba (40,51%).

O preço da banana subiu em nove capitais, uma vez que houve redução na oferta do produto em localidades de menor produção como João Pessoa (14,10%), Manaus (9,06%), Recife (6,91%) e Salvador (5,13%). Em Belém e Florianópolis os preços ficaram estáveis e houve queda em outras seis cidades, particularmente em Curitiba (-8,45%) e Goiânia (-7,78%).

Oito capitais registraram alta no preço do leite – com destaque para Belém (3,86%), Brasília (3,61%) e Fortaleza (3,59%). Houve estabilidade no Rio de Janeiro, Aracaju e Goiânia enquanto Salvador (-3,30%) e Natal (-3,14%) destacaram-se pela retração. 

Apesar da predominância de capitais onde o preço da cesta aumentou, a maior parte dos produtos acompanhados apresentou recuo no mês, como pode ser visto na Tabela 2. O arroz, por exemplo, teve queda em 13 cidades, em especial, em Aracaju (-5,84%), Goiânia (-3,47%), Manaus (-3,39%) e Porto Alegre (-3,07%). O preço ficou estável em Belém, e pequenos aumentos ocorreram em Vitória (1,41%), Belo Horizonte (0,56%) e Rio de Janeiro (0,44%). Em 12 meses, todas as 17 capitais registraram queda no preço do arroz, com variações entre -2,46%, em Manaus e -23,08%, em Brasília.

O preço da carne teve redução em 11 regiões, provavelmente influenciada pelo embargo à carne brasileira imposto pela Rússia. As maiores taxas negativas foram registradas em Aracaju (-4,93%), Goiânia (-3,84%) e Rio de Janeiro (-3,30%).  Dentre as seis localidades com alta, os destaques foram Florianópolis (4,56%) e Natal (3,36%). Apesar da queda no mês, o produto está muito mais caro este ano, que em 2010. No período de um ano, a carne subiu em todas as 17 capitais, com variações entre 5,73%, em Aracaju e 30,94%, em Fortaleza.

Doze cidades apresentaram queda no preço do açúcar, com destaque para Goiânia

(-8,67%). Em São Paulo, não houve alteração e a maior alta ocorreu em Belém (2,92%). Em 12 meses, o açúcar subiu em 14 regiões, com destaque para Vitória (26,17%), Fortaleza (24,14%) e Goiânia (23,45%). As reduções foram observadas em Brasília (-12,46%), Salvador (-10,41%) e Recife (-1,46%).

O preço do óleo de soja apresentou redução em 12 capitais, com a maior queda observada em Natal (-5,33%), vindo a seguir Curitiba (-1,79%). Os preços permaneceram estáveis em Florianópolis e Manaus e o principal aumento foi apurado em Salvador (1,29%). A exemplo do que ocorreu com a carne, também o óleo de soja subiu em todas as 17 capitais em comparação com junho de 2010, consequência do crescimento da demanda internacional pela soja. Em 12 meses, os preços do óleo subiram de 11,46%, em Fortaleza, a 42,27%, em Salvador.

A batata, pesquisada em nove capitais do Centro-Sul do país, ficou mais barata em todas elas, em junho. As variações situaram-se entre -13,26%, em Curitiba e -23,66%, em Goiânia. Também em 12 meses, todas as cidades onde o preço da batata é acompanhado registraram retração, com suas taxas variando entre -11,28%, em Vitória e -37,00%, em Belo Horizonte.

O preço do café subiu em 16 cidades, entre junho do ano passado e o mês passado. Os aumentos situaram-se entre 7,02%, em Brasília e 19,84%, em Salvador. Apenas em Aracaju houve pequeno recuo (-0,41%). A redução de estoques e fatores climáticos –chuvas intensas e forte frio – prejudicaram a produção.

O preço do feijão teve queda, em 12 meses, em 15 localidades. As variações mais acentuadas ocorreram em Recife (-26,97%), Belém (-25,25%), Belo Horizonte (-23,84%) e São Paulo (-22,37%). Em junho de 2010, os preços do feijão estavam muito elevados e o produto foi substituído por outras leguminosas. Além disso, com os preços altos, a safra seguinte aumentou, o que fez crescer a oferta e derrubou os preços este ano.

TABELA 2

Variações mensais do gasto por produtos nas capitais pesquisadas (em%)

Junho de 2011

Produtos

Centro-Oeste

Sudeste

Sul

Norte/Nordeste

Brasília

Goiânia

Belo Horizonte

Rio de Janeiro

São Paulo

Vitória

Curitiba

Floria-

nópolis

Porto Alegre

Aracaju

Belém

Forta-

leza

João Pessoa

Manaus

Natal

Recife

Salvador

Total da Cesta

-1,14

-3,23

0,34

-1,19

0,18

-1,71

0,43

4,44

2,46

-1,84

1,31

3,64

3,02

1,94

2,53

2,88

1,13

Carne

-2,12

-3,84

-1,05

-3,30

-0,70

-0,98

-1,20

4,56

0,76

-4,93

-0,60

0,19

0,55

-1,15

3,36

0,23

-1,15

Leite

3,61

0,00

2,25

0,00

1,67

0,81

-1,40

-0,52

-1,13

0,00

3,86

3,59

-0,98

1,54

-3,14

1,87

-3,30

Feijão

-0,33

-0,28

1,55

0,78

-0,60

1,50

0,33

-2,53

-1,82

-8,51

0,42

-2,95

2,55

-8,19

1,96

-1,12

0,41

Arroz

-1,10

-3,47

0,56

0,44

-2,22

1,41

-1,90

-2,41

-3,07

-5,84

0,00

-0,65

-1,22

-3,39

-0,63

-1,63

-1,60

Farinha

-1,78

-3,44

1,23

0,90

2,21

3,00

0,00

-2,97

-1,34

1,09

-0,74

-7,69

0,50

-6,75

-0,44

1,28

-5,29

Batata

-19,16

-23,66

-18,10

-21,10

-13,57

-13,31

-13,26

-14,80

-18,38

 

Tomate

6,02

0,76

12,24

10,47

8,68

-7,27

23,79

35,97

25,84

10,43

5,47

17,51

19,14

7,17

13,23

18,14

9,35

Pão

0,49

1,70

0,15

-0,57

-0,29

1,21

0,00

0,60

0,16

-1,29

-0,47

1,45

-1,51

0,75

-1,64

-1,22

-0,42

Café

-1,29

-0,29

0,58

-0,41

2,39

0,95

0,30

2,49

0,87

-0,41

1,64

-0,31

-0,32

4,13

-0,32

-0,63

-0,96

Banana

3,86

-7,78

1,05

-4,49

-2,89

-3,98

-8,45

0,00

3,50

-1,32

0,00

4,57

14,10

9,06

1,16

6,91

5,13

Açúcar

-1,01

-8,67

-3,24

0,84

0,00

-3,09

-0,47

-3,16

-0,47

-1,63

2,92

-0,46

-3,33

0,90

1,46

-0,98

-2,46

Óleo

0,35

-1,44

-1,01

-0,31

-0,71

-1,03

-1,79

0,00

-0,90

-0,67

-1,60

-0,93

-0,30

0,00

-5,33

0,91

1,29

Manteiga

-2,11

-3,40

1,10

2,05

4,97

2,60

-3,23

1,72

-0,22

-1,80

5,92

-1,51

-1,87

6,62

-1,95

1,79

0,59

Fonte: DIEESE

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