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Crédito: CUT/RS
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Cerca de três mil trabalhadores foram às ruas na sexta-feira, 20 de novembro, para participar da 14ª Marcha dos Sem e a 3ª Marcha Zumbi dos Palmares, em Porto Alegre. A caminhada contou com a participação de diretores do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região, Federação dos Bancários do RS e Contraf-CUT.

A saída da Marcha dos Sem, que seria na Usina do Gasômetro, foi transferida para o Largo Glênio Peres, no centro da Capital, onde estavam acontecendo as atividades da Semana de Consciência Negra e onde se encontravam concentrados os cadeirantes e religiosos. 

Unidade do movimento social

Às 16h começou o ato político. A Marcha dos Sem e a Marcha Zumbi dos Palmares se uniram para exigir o Fora Yeda, a redução da jornada de trabalho sem a redução dos salários, o fim do fator previdenciário, a defesa do Pré-sal, o fim da criminalização dos movimentos sociais, o fim da criminalização da pobreza, o fim do extermínio da juventude negra, Petrobrás 100% estatal, soberania dos povos, reparações já, aprovação do estatuto da igualdade racial original, reformas urbana e agrária, moradia digna e a defesa dos direitos sociais. 
Para o presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowski, o dia foi ímpar para os movimentos sociais que lutam por igualdade e políticas públicas. "Nosso ato dialoga com a necessidade da redução da jornada de trabalho, com uma melhor qualidade de vida, com o fim do fator previdenciário, com o fim da exploração dos trabalhadores e com o fim da corrupção que assola nosso Estado", declarou o dirigente no Largo Glênio Peres. 
"Hoje estamos na rua para protestar contra os escândalos e corrupções, mas também queremos contribuir com um projeto para os trabalhadores. E dessa forma, unidos, vamos conquistar essas bandeiras. Viva a unidade da classe trabalhadora", encerrou Woyciechowski. 
A união dessas tradicionais marchas foi lembrada pelo representante da Intersindical, Joel Soares. "Nós, trabalhadores não estamos satisfeitos com a nossa situação e por isso vamos continuar lutando pelos direitos e contra a criminalização dos movimentos sociais", acrescentou. Erico Correa, da Conlutas, também falou sobre a importância da unidade dos trabalhadores: "cabe a nós, nos unirmos para lutar e enfrentar a política neoliberal que oprime o povo". 
Lembrando a realização da 6ª Marcha da Classe Trabalhadora, em Brasília, o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, disse "que a luta dos trabalhadores deve ser intensificada para irmos em frente e acabar com desgoverno do Estado". A representante da Marcha Mundial das Mulheres, Cláudia Prates, lembrou a luta do povo negro. Para ela, não havia dia melhor para os trabalhadores se manifestarem: "pois são os negros e os jovens que mais sofrem nas mãos desse governo, que só maltrata o povo. Nesse dia de reflexão sobre os direitos de um povo, precisamos enfrentar as políticas desse governo". 
Encerrando as falas no Largo Glênio Peres, o integrante do Unegro e da coordenação da Marcha Zumbi dos Palmares, José Antônio dos Santos da Silva, parabenizou a união dos movimentos sociais, que lutaram para realizar esse ato. "Hoje é um dia histórico em Porto Alegre, para os movimentos sociais e para as duas marchas que com toda a nossa diferença, nos unimos pelas nossas demandas", salientou. 

Palácio Piratini

Após, os trabalhadores saíram em caminhada até o Palácio Piratini, onde encontrariam os professores que participaram da assembleia geral do Cpers/Sindicato, no Gigantinho. Porém os 40 ônibus que traziam os professores foram impedidos de sair do ginásio pela Brigada Militar. 
Em frente ao Palácio Piratini, houve pronunciamentos de diversas entidades estudantis. A integrante da UNE, Eliane, falou da necessidade de um novo projeto político para o Rio Grande do Sul. Já o representante da ANEL, Mateus, disse que a assembleia apóia e participa da luta dos movimentos sociais pelo Fora Yeda. 
O secretário-geral da CUT Nacional, Quintino Severo, recordou que desde a primeira Marcha dos Sem a pauta defendida sempre foi disputar um projeto de sociedade no Estado. "E esse ano não está sendo diferente. Estamos aqui para enfrentar esse governo que não tem capacidade moral e política de governar", disse. 
Para Quintino, a marcha tem um papel fundamental na construção de políticas públicas. "Os trabalhadores precisam ser ouvidos e respeitados", acredita. Além dele, o diretor da CUT Nacional, Dary Beck Filho, também participou da Marcha. 
Representando o Fórum dos Servidores Públicos Estaduais, a presidente do Cpers/Sindicaro, Rejane Oliveira, lembrou dos educadores que foram impedidos de participar da manifestação e os projetos enviados pela governadora para o legislativo gaúcho. "Projeto que tira direitos dos trabalhadores tem que ir para o lixo! E nos vamos cobrar dos deputados de que lado eles estão, do lado do povo ou da corrupção?", indagou. 
Durante o ato, o "projeto" do governo foi colocado no lixo e deixado em frente ao Palácio Piratini. "O governo Yeda é destruidor. Destruiu o serviço público, atacou os direitos dos trabalhadores, envergonhou o povo gaúcho. E com esse projeto, estamos sofrendo o maior ataque do governo e vamos enfrentá-lo com a maior ferramente da classe trabalhadora, a greve", declarou Rejane, se referindo a decisão da assembleia da categoria, que aprovou o estado de greve e a realização de uma nova assembleia geral dia 9 de dezembro. 
A Marcha dos Sem e a Marcha Zumbi dos Palmares foram promovidas pela CUT-RS, CTB-RS, Conlutas, Intersindical, Conam, Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), Movimento Estudantil, Fórum dos Servidores Públicos Estaduais e Coordenação da Marcha Zumbi dos Palmares. 
Fonte: CUT/RS com edição da Feeb/RS

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