O Reserve Bank of India, o banco central indiano, controla com rigidez o número de novas licenças para abertura de agências concedidas aos bancos estrangeiros, restringindo a capacidade dessas instituições de aumentarem suas redes de distribuição em massa. Para contornar as limitações à sua presença física, o Citi está se voltando para os quase 600 milhões de indianos que possuem celulares.
O banco americano – que é um dos maiores bancos estrangeiros na Índia, com 42 agências e mais de 450 terminais automáticos de atendimento – concluiu recentemente um plano de 26 semanas em Bangalore para testar o apetite dos clientes por transações via telefone celular, que recebeu o nome de "Tap and Pay".
Durante o projeto piloto, o banco vendeu mais de 3.000 celulares especialmente capacitados para realizar transações pela rede móvel de telefonia. Os clientes compraram 26 milhões de rúpias (US$ 585.000) em celulares de 250 lojas habilitadas. O Citi está agora considerando o lançamento desses serviços para uma base mais ampla de clientes.
Ele pretende instalar mais 100 terminais automáticos de atendimento na Índia nos próximos 12 meses, depois que o governo removeu no ano passado as restrições ao número de máquinas que os bancos podem instalar.
Pramit Jhaveri, que recentemente assumiu o comando do Citi na Índia, disse ao "Financial Times" que a divisão de banco de atacado suportou bem o crise econômica mundial, apesar de passar "provavelmente pelo período mais difícil" que ele já viu em sua carreira.
Mas na área de banco de varejo, o grupo foi forçado a recapitalizar o Citi Financial, que antes da crise começou a sofrer com o aumento das inadimplências em sua carteira de empréstimos não securitizados ao consumidor.
A Índia está surgindo como um dos principais mercados da Ásia para os bancos estrangeiros. O Credit Suisse, da Suíça, e o ANZ, da Austrália, recentemente ganharam licenças para operar na Índia, enquanto o Standard Chartered do Reino Unido planeja uma oferta de ações no mercado indiano para assinalar a importância crescente do país para suas operações.
No ano passado a Índia tornou-se o segundo território da área de operações do Standard Chartered (após Hong Kong) a produzir um lucro líquido superior a US$ 1 bilhão.
Neeraj Swaroop, executivo-chefe do Standard Chartered na Índia, disse ao "Financial Times" que o banco pretende quase duplicar sua rede de terminais automáticos de atendimento este ano, acrescentando 200 máquinas às 234 já existentes.
Fonte: Financial Times / Joe Leahy, de Mumbai