O Citigroup iniciou um novo avanço sobre a área de banco de varejo na Índia, usando telefones celulares e a internet para contornar as restrições ao crescimento de sua rede de agências e conseguir novos clientes nos próximos 12 a 18 meses. A medida é parte dos esforços do grupo financeiro para dar mais atenção aos negócios de financiamento ao consumidor, depois que as operações indianas do Citi Financial, sua financeira voltada para o consumidor, tiveram problemas de qualidade de crédito durante a crise financeira.

A unidade está agora sendo preparada para uma possível venda. "Indubitavelmente, aprendemos lições, adotamos medidas amplas sobre as delinquências de crédito e estamos começando a ver os primeiros benefícios", disse ao "Financial Times" Shirish Apte, diretor executivo do grupo para a região do Pacífico Asiático. "Continuaremos tendo um papel de destaque nos empréstimos ao consumidor, com disciplina."

O Reserve Bank of India, o banco central indiano, controla com rigidez o número de novas licenças para abertura de agências concedidas aos bancos estrangeiros, restringindo a capacidade dessas instituições de aumentarem suas redes de distribuição em massa. Para contornar as limitações à sua presença física, o Citi está se voltando para os quase 600 milhões de indianos que possuem celulares.

O banco americano – que é um dos maiores bancos estrangeiros na Índia, com 42 agências e mais de 450 terminais automáticos de atendimento – concluiu recentemente um plano de 26 semanas em Bangalore para testar o apetite dos clientes por transações via telefone celular, que recebeu o nome de "Tap and Pay".

Durante o projeto piloto, o banco vendeu mais de 3.000 celulares especialmente capacitados para realizar transações pela rede móvel de telefonia. Os clientes compraram 26 milhões de rúpias (US$ 585.000) em celulares de 250 lojas habilitadas. O Citi está agora considerando o lançamento desses serviços para uma base mais ampla de clientes.

Ele pretende instalar mais 100 terminais automáticos de atendimento na Índia nos próximos 12 meses, depois que o governo removeu no ano passado as restrições ao número de máquinas que os bancos podem instalar.

Pramit Jhaveri, que recentemente assumiu o comando do Citi na Índia, disse ao "Financial Times" que a divisão de banco de atacado suportou bem o crise econômica mundial, apesar de passar "provavelmente pelo período mais difícil" que ele já viu em sua carreira.

Mas na área de banco de varejo, o grupo foi forçado a recapitalizar o Citi Financial, que antes da crise começou a sofrer com o aumento das inadimplências em sua carteira de empréstimos não securitizados ao consumidor.

A Índia está surgindo como um dos principais mercados da Ásia para os bancos estrangeiros. O Credit Suisse, da Suíça, e o ANZ, da Austrália, recentemente ganharam licenças para operar na Índia, enquanto o Standard Chartered do Reino Unido planeja uma oferta de ações no mercado indiano para assinalar a importância crescente do país para suas operações.

No ano passado a Índia tornou-se o segundo território da área de operações do Standard Chartered (após Hong Kong) a produzir um lucro líquido superior a US$ 1 bilhão.

Neeraj Swaroop, executivo-chefe do Standard Chartered na Índia, disse ao "Financial Times" que o banco pretende quase duplicar sua rede de terminais automáticos de atendimento este ano, acrescentando 200 máquinas às 234 já existentes.

Fonte: Financial Times / Joe Leahy, de Mumbai

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