"Não sei direito porque reagi. Foi o desespero. Mas não aconselho ninguém a fazer isso. Eu poderia ter morrido. Ele atirou duas vezes e só atingiu o meu pé. Hoje eu renasci", comentou o empresário, que é proprietário de um restaurante em Gravatá, município da região Agreste do Estado. O dinheiro sacado seria utilizado para pagamento de seus funcionários.
No momento do crime, ocorrido por volta das 13h30, José Santos Silva estava acompanhado pelo amigo Maurício Inácio da Costa, 36 anos, que não foi atingido. Os dois vieram ao Recife para descontar o cheque de um cliente daquela agência.
Logo depois, eles saíram da agência e se dirigiram ao estacionamento. Ao se aproximarem do veículo do empresário, um homem usando um capacete de motoqueiro os abordou e anunciou o assalto.
Depois de se negar a entregar o valor, José Santos entrou em luta corporal com o assaltante. Nesse momento, Maurício Costa correu do local. Pouco depois, o empresário se desequilibrou e caiu no chão.
"O assaltante aproveitou esse momento e deu o primeiro tiro, que pegou no meu pé. Eu consegui levantar e sair correndo. Ele ainda atirou mais uma vez, mas não conseguiu me acertar", disse. Em seguida, o assaltante saiu correndo do local, com a arma em punho.
"Era uma arma cromada e grande. Acho que uma pistola. Quando vi que José fez a loucura de reagir, não podia fazer outra coisa.
Tive que sair dali", comentou Maurício Costa. Depois de receber o tiro, José Santos correu para dentro da agência.
Ele chegou a ser socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado para a Policlínica da Campina do Barreto, onde recebeu um curativo e foi liberado.
Policiais civis e militares estiveram na agência, onde interrogaram funcionários e clientes, além de Maurício Inácio. Várias diligências foram realizadas no local, mas o ladrão não foi encontrado. Ao ser liberado da Policlínica, José Santos foi levado para a Delegacia do Espinheiro, onde encontrou Maurício.
Os dois prestaram depoimento, mas disseram não ter condições de reconhecer o criminoso. Não existiam câmeras de segurança no estacionamento.
Descuido
O Sindicato dos Bancários de Pernambuco já registrou 11 saídas de banco nesse primeiro semestre de 2011 no Estado. "Algumas pessoas ainda têm como prática o saque de grandes volumes de dinheiro. Depois disso, saem do banco achando que nada vai acontecer. É nesse momento de descuido que esses criminosos se aproveitam. Não se pode andar com muito dinheiro", alertou o diretor do sindicato, Fábio Sales.
Fonte: Alexandre Ferreira – Folha de Pernambuco