Matéria divulgada nesta quarta-feira (6) pela Folha de São Paulo revela que os bancos brasileiros ampliaram seus lucros com o câmbio de moedas. Um negócio que vai bem tanto com a economia crescendo quanto em crise. A lista é encabeçada pelo Citibank, seguida do Bradesco, Banco do Brasil, Itaú e Santander.
O risco gerado pela crise permitiu as empresas financeiras, cada vez em menor número, lucrarem ainda mais com a turbulência global. As instituições aumentaram as oscilações e as chances de – ganhar ou perder – dinheiro com a troca de moedas. A saída de bancos importantes (ABN Amro, Bear Stearns, Lehman Brothers, Merrill Lynch etc.) do negócio também diminuiu a concorrência e tornou as operações concentradas nos grandes bancos globais, que passaram a cobrar mais.
Segundo o Citibank, líder no câmbio brasileiro A chave dos ganhos foi a instabilidade cambial, que levou o dólar a subir até 60% – de R$ 1,56 em 26 de agosto até R$ 2,50 em 5 de dezembro.
A concorrência menor justificou um aumento de mais de 30% nos "spreads", a diferença entre as taxas de câmbio de compra e venda de moeda.
Segundo maior no câmbio brasileiro, o Bradesco viu seu resultado com troca de moedas saltar de R$ 377,5 milhões para R$ 1,016 bilhão de 2007 para 2008, incluindo o impacto da variação cambial. No Itaú, somou R$ 1,027 bilhão no ano passado, após resultado de R$ 147 milhões no ano anterior.
No Banco do Brasil, terceiro maior, os ganhos saltaram de R$ 396,4 milhões para R$ 464,15 milhões. O Citibank, que já teve ganho com câmbio de R$ 956 milhões em 2007, apurou resultado de R$ 638 milhões em 2008. Sem contar o Banco Real, o câmbio rendeu R$ 1,081 bilhão ao Santander, após perdas de R$ 47,3 milhões em 2007.
Fonte: Contraf/CUT, com Folha de São Paul