Lucro permite atender reivindicações
"Seja qual for o lucro, os números mostram que o Santander podia fazer maior aporte de recursos para a previdência complementar, garantindo a manutenção do plano antigo do HolandaPrevi para os participantes que ingressaram até 31 de maio de 2009 e a criação do novo plano para os funcionários sem-prev", afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. "A redistribuição dos recursos incluiu os sem-prev, às custas dos empregados do ex-Real que tiveram perdas, enquanto o banco segue mandando lucros para a Espanha", comparou.
"Além disso, o resultado aponta que o Santander tem plenas condições de atender a pauta de reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários 2009, como o reajuste de 10%, a PLR de três salários mais R$ 3.850, a elevação do piso para R$ 2.047 e a cesta-alimentação de R$ 465, dentre outras", acrescenta. A minuta será entregue para a Fenaban no próximo dia 10 de agosto.
No mundo, o banco lucrou 4,519 bilhões de euros no semestre – valor 4,5% menor do que em 2008. Depois da Espanha, o Brasil foi o país que mais contribuiu com o lucro global, respondendo por 21% do total em euros.
Provisões exageradas impactam resultado
O Brasil foi o país com a maior inadimplência do Santander, de 4,64% da carteira de crédito (era 3,24% em 2008); na Espanha, está em 3,5% e no Reino Unido, em 1,54%. Para fazer frente à ameaça de não pagamento no país, o banco elevou em 57,9% as provisões para devedores duvidosos, que somaram R$ 4,9 bilhões no final de junho.
"Tivemos de elevar as provisões porque aumentou o nível de atrasos. Houve um aumento grande, especialmente por parte de pequenas empresas, fruto da desaceleração econômica que tivemos e que agora começa a mostrar sinais de reversão", disse Fabio Barbosa, presidente do Santander Brasil.
A carteira de crédito do banco cresceu 14,9% – saltou de R$ 119,5 bilhões para R$ 137,3 bilhões, de junho de 2008 para junho de 2009. O crédito para pessoa física cresceu 12,6% e para empresas, 19%.
Oferta de 15% de novas ações
Na Espanha, Alfredo Sáenz, diretor-executivo do grupo, afirmou que o banco deve fazer uma oferta de 15% de novas ações no Brasil. Sáenz afirmou ainda que o ganho em sinergia com a fusão com o Banco Real, previsto para o primeiro ano, deverá ser elevado de R$ 800 milhões para R$ 1,3 bilhão.
Antes de ir à Bolsa, o grupo deve agrupar como subsidiárias do banco os principais negócios, incluindo seguro, previdência e gestão de recursos. "Não estamos separando, mas juntando", disse Barbosa.
Fonte: Contraf-CUT com Folha de S.Paulo