Reivindicações específicas foram aprovadas no 27° Conecef
O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, entregou a pauta de reivindicações dos empregados para a campanha salarial 2011 ao diretor de Gestão de Pessoas da Caixa, Nelson Antônio de Souza, na tarde desta quarta-feira, dia 17 de agosto, durante ato ocorrido no edifício da Matriz I, em Brasília (DF). As demandas dos trabalhadores foram aprovadas pelo 27º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef), realizado nos dias 9 e 10 de julho, em São Paulo (SP).
No ato realizado no edifício da Matriz I, o coordenador do Comando Nacional e presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), Carlos Cordeiro, lembrou que a minuta da Caixa é específica e complementar à pauta geral da categoria bancária. Em seguida foi solicitada agilidade na mesa de negociações deste ano, para que não ocorram protelações injustificáveis.
A expectativa, segundo ele, é para que o acordo específico de 2011 seja fechado em patamares ainda melhores do que o firmado no ano passado. E, por fim, acrescentou: "Queremos resolver as questões da Caixa no âmbito da mesa específica, a exemplo do que ocorreu na campanha salarial 2010. Isto, sem dúvida, será bom para ambos os lados".
Carlos Cordeiro destacou ainda a importância do bom momento vivido pela economia do país, combinado com a eleição de um governo que representa a continuidade daquele do presidente Lula, apesar da existência de divergências pontuais. Para ele, o Brasil registra índices de crescimento e os bancos continuam lucrando muito, situação que propicia plenas condições para o atendimento das reivindicações da categoria bancária pelo sistema financeiro nacional.
A presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, ressaltou que o diálogo é fundamental para resolver bem a campanha salarial 2011 em torno não só da mesa da Fenaban, mas também em relação às questões específicas. Ela lembrou que, ao se analisar o lucro obtido pela Caixa neste ano, constata-se o crescimento na carteira de crédito, a exemplo do que ocorreu na campanha do ano passado com a conquista da PLR Social. Por essas e outras, segundo Juvandia, o governo repousa sobre a Caixa um olhar diferenciado, "tratando-a como banco público, como deve ser".
O coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e vice-presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, defendeu que a campanha salarial 2011 siga a dinâmica adotada no ano passado. "Mais importante ainda é avançar nas questões específicas, com destaque para condições de trabalho, problemas com o Saúde Caixa, jornada, PSI, voto de Minerva na Funcef e assuntos pertinentes aos aposentados", observou Jair.
Para Clotário Cardoso, presidente do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte, a campanha salarial deste ano entra em clima de expectativa, tanto de um lado quanto de outro. Ele diz que a questão dos correspondentes bancários, também na Caixa, é preocupante. E acrescenta: "Questões salariais são importantes, mas a Caixa, na condição de banco público, precisa dar uma solução para os correspondentes bancários, utilizados para reduzir custos e precarizar o trabalho bancário, e isto é inadmissível".
O diretor da Caixa, por sua vez, reconheceu ser importante que a mesa específica discuta as questões vitais para os dois lados: empresa e trabalhadores. A Caixa, segundo ele, tem toda a disposição para o diálogo, e "esse é o caminho para resolver os problemas, sem criar outros".
O representante da empresa disse que há um interesse da Caixa de buscar, através do diálogo, soluções para o que está sendo apresentado pela representação dos empregados. E mais: "O objetivo, nesse caso, é chegar a um entendimento que seja bom para os dois lados, pois não queremos precarizar a empresa e tampouco o trabalho dos bancários".
Nelson de Souza afirmou, por fim, que todos ganham com o entendimento na mesa específica, "não só a Caixa e os seus empregados, mas principalmente o Brasil".
Sobre os correspondentes bancários, disse que a Caixa acompanha com interesse a tramitação no Congresso Nacional do Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 214/2011, de autoria do deputado Ricardo Berzoini (PT/SP), que visa suspender a aplicação de normas do Banco Central ampliando as funções dos correspondentes bancários no país.
Da parte dos trabalhadores, além de Carlos Cordeiro, Jair Pedro Ferreira, Juvandia Moreria e Clotário Cardoso, o ato de entrega da pauta específica contou com a participação de Plínio Pavão (membro da CEE/Caixa e secretário de Saúde da Contraf/CUT), Rodrigo Britto (presidente do Sindicato de Brasília), Fabiana Proscholdt (diretora do Sindicato de Brasília) Goretti Baroni (diretora do Sindicato do ES), Luiz Ricardo Maggi (representante da Feeb-RJ/ES), Luiz Antonio Fermino (representante da Fetec/PR), Walfredo Nunes Correa (representante da Fetec/SC), Marcello Carrion (representante da Fetrafi/RS), Jackeline Machado (representante da Fetec/SP), Eliana Brasil Campos (representante da Fetraf/MG) e Gabriel Musso (representante da Feeb SP/MS).
Fonte: Fenae