Em Santa Cruz do Sul, no interior do Rio Grande do Sul, um comerciante cansou dos assaltos e instalou uma porta giratória, como as de agências bancárias. A iniciativa foi destacada em reportagem na edição do último domingo (12) do Fantástico, na Rede Globo.

Segundo os donos do mercado, essa foi a única solução para acabar com os assaltos. Desde que eles instalaram a porta giratória há cinco anos, não houve registro de mais nenhum roubo.

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A reportagem informa que a porta custou R$ 15 mil, mas trouxe a segurança que Edson da Silva, dono do mercado, não tinha mais.

"Sofri cinco assaltos num ano, daí um funcionário deu a ideia: bota uma porta de banco", conta Edson, dono do mercado. Até hoje ele fica de olho pra ver se alguém se atrapalha.

Mas, na vizinhança de Edson, os assaltos continuam. "Dois agora em 2012, em questão de um mês", conta Silene Limberger, comerciante.

Nenhuma surpresa

Para os bancários, que não foram ouvidos pelo Fantástico, a reportagem não surpreende. "A porta giratória é eficaz na prevenção de assaltos e deveria ser item obrigatório de segurança em todas as agências e postos de atendimento", destaca Ademir Wiederkehr, secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária.

"Depois que os bancos instalaram portas de segurança, por força de leis municipais e da pressão dos sindicatos, a partir do final dos anos 90, os assaltos às instituições financeiras diminuíram no Brasil", destaca.

Conforme estatísticas da própria Febraban, o número de assaltos caiu de 1.903 em 2000 para 369 em 2010. No entanto, houve um crescimento para 422 casos em 2011, ano em que o Itaú retirou essas portas por ocasião de reformas em agências e o Bradesco inaugurou unidades sem tal equipamento.

"Esperamos que o depoimento desse comerciante gaúcho ajude a sensibilizar os bancos para a importância da porta giratória como equipamento de prevenção nos estabelecimentos bancários", conclui Ademir.

Outros assaltos

O Fantástico abordou também outros casos de assaltos, envolvendo postos de gasolina, farmácias e mercados, diante da ousadia dos bandidos, da falta de investimentos em medidas de prevenção e da fragilidade da segurança pública.

Fonte: Contraf-CUT com Fantástico