No Rio de Janeiro, as escalas de trabalho em fins de semana dos funcionários do Disque Real, antes definidas com 15 dias de antecedência, passaram a ser informadas apenas na véspera. Com isso, os empregados não podem organizar sua vida pessoal, já que esta situação os obriga a estarem de sobreaviso.
Outro problema com as escalas é que os horários de alguns empregados foram modificados, sob alegação de que é preciso fazer a migração dos sistemas dos dois bancos, o que tem levado os que são universitários a perderem aulas. Todas estas mudanças foram implementadas desde que o controle de escalas foi transferido para São Paulo, e não houve nenhuma consulta ou comunicação prévia aos trabalhadores.
Outro motivo de insatisfação são as folgas referentes, aquelas que são concedidas ao funcionário que é convocado para trabalhar nos feriados. O banco não está concedendo estas folgas, sob alegação de que a demanda de trabalho não permite. O ritmo intenso de trabalho já está comprometendo não só as condições de trabalho, mas a própria imagem do banco. "Uma prova da insatisfação dos funcionários foi o Grupo Santander Brasil ter ficado fora da lista das 100 melhores empresas para trabalhar", ressalta Fátima Guimarães, diretora do Sindicato dos Bancários do Rio e funcionária do Disque Real.
A imagem do banco também está sendo prejudicada pelo tipo de atendimento que o call center passou a prestar desde a incorporação do Real pelo Santander. Com a mudança de perfil, o Disque Real, que antes era destinado somente a responder às demandas dos clientes, realizando operações e prestando informações, passou também a oferecer produtos, o que trouxe para o cotidiano dos funcionários as metas de vendas e a limitação do tempo de atendimento. A insistência dos funcionários em oferecer produtos aos clientes para bater as metas e a necessidade de um atendimento mais rápido têm gerado reclamações dos correntistas do banco e nenhuma atitude foi tomada pela direção da empresa para resolver a situação.
Sem alívio
As metas de venda, que sempre foram altas, estão chegando a níveis absurdos. No caso do call center, o problema gera ainda mais insatisfação, já que os funcionários não recebem remuneração variável pelas vendas, ao contrário do que acontece nas agências. E, como os problemas internos do setor não têm recebido a devida atenção dos gestores, o descontentamento dos trabalhadores é muito elevado.
Para os bancários que trabalham nos turnos após as 17h, o problema é ainda maior porque não podem contar com os serviços de terapias laborais oferecido pelo banco aos demais empregados. Os fonoaudiólogos e fisioterapeutas encerram o expediente às 18h e não há atendimento aos funcionários do call center que trabalham no período noturno.
Fonte: Feeb RJ-ES