Está mantida a campanha nacional unificada entre bancos públicos e privados, com negociações das questões de cada banco sendo realizadas simultaneamente em mesas específicas. A pauta de reivindicações será entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no início de agosto.
"O resultado da Conferência é extremamente positivo, coroando um amplo processo democrático de discussões com os bancários, que passou por assembleias, consultas em todas as bases sindicais e conferências regionais", avalia Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador do Comando Nacional.
"A Conferência Nacional é a conclusão de uma parte do processo de construção de nossa campanha salarial. Definidos os rumos, agora é hora de juntarmos nossas forças e irmos à luta em busca daquilo que os trabalhadores apontaram como objetivo a ser alcançado. Além da parte econômica, temos a busca por melhores condições de trabalho, segurança, saúde e um amplo debate junto à sociedade sobre o papel que o sistema financeiro deve cumprir na construção de um País mais justo com crescimento e distribuição de renda", acrescenta Marcel Barros, secretário-geral da Contraf-CUT.
Aumento real de salário
Confirmando a vontade manifestada pela maioria dos bancários nas consultas feitas pelos sindicatos em todo o Brasil e pela pesquisa encomendada pelo Comando Nacional, os delegados que participaram da Conferência Nacional aprovaram reivindicar o índice de reajuste de 10%, o que pelas projeções da inflação para setembro significa aumento real de mais de 5%. O mesmo índice de reajuste deve ser aplicado nas demais verbas salariais (como vale-alimentação e refeição).
PLR maior e contratação da remuneração total
A reivindicação definida após os debates da conferência e que será levada aos banqueiros é o pagamento de três salários mais R$ 3.850 a título de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Essa é uma das alternativas de distribuição da PLR que o Comando Nacional havia apresentado na semana passada à Fenaban, nas conversações já iniciadas visando a mudança na fórmula de pagamento, de maneira a torná-la mais justa e transparente.
Os representantes dos bancários que participaram da 11ª Conferência Nacional também aprovaram a proposta de contratação total da remuneração da categoria, incluída a parte variável.
Valorização dos pisos
Os bancários querem a valorização dos salários de ingresso na categoria, com o piso salarial de escriturário baseado no salário mínimo do Dieese, de R$ 2.047. O piso de portaria seria de R$ 1.432,90 e o de caixa R$2.763,45. Para o primeiro comissionado, a reivindicação é de R$ 3.477,88 e para o primeiro gerente R$ 4.605,73.
Plano de Carreira
A Conferência manteve a proposta de criação de um Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) para todos os bancos, com o acompanhamento dos sindicatos – que já estava na pauta de reivindicações do ano passado.
A proposta prevê 1% de reajuste a cada ano de trabalho. A cada cinco anos, esse reajuste será de 2%. O banco é obrigado a promover o bancário pelo menos um nível a cada cinco anos. A proposta de PCS determina, ainda, que os bancos são obrigados a treinar o trabalhador para a nova função por no mínimo 60 dias. E quando houver uma nova vaga, o banco é obrigado a fazer um processo de seleção interna para preenchê-la. Para cada cargo e função, o banco deve apresentar a grade curricular necessária e oferecer o curso aos trabalhadores dentro do expediente. Em caso de descomissionamento do bancário, a comissão será incorporada ao salário integralmente.
Preservação do emprego
Novas contratações, fim das terceirizações, garantia de emprego inclusive durante os processos de fusão, luta pela ratificação da Convenção 158 da OIT que proíbe dispensas imotivadas, acabar com as demissões por justa causa em função de endividamento, respeito à jornada de trabalho. Essas foram algumas das prioridades definidas pelos trabalhadores para garantir o emprego dos bancários.
Os delegados bancários também definiram reivindicar a ampliação do auxílio-educação para todos e a licença-maternidade de seis meses.
Fonte: Rede de Comunicação dos Bancários
Conferência aprova reivindicações de Saúde e Condições de Trabalho
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Crédito: Renato Silva/Rede de Comunicação dos Bancários Com a participação de mais de 600 delegados, o plenário aprovou o texto elaborado pelo grupo temático de saúde e condições de trabalho. Dentre as novidades está a adoção de mecanismos mais abrangentes para coibir a prática de assédio moral e de violência organizacional dentro dos bancos, bem como para aprimoramento das regras para eliminação de riscos no local de trabalho.
No que diz respeito às garantias, a minuta 2009 prevê a manutenção salarial e de todos os benefícios aos trabalhadores afastados por motivo de doença/acidente de trabalho e em licença maternidade; custeio por parte dos bancos de todas as despesas com tratamentos médicos relativos a doenças do trabalho, inclusive com autorização para que exames e consultas médicas sejam feitas durante o expediente; além de aperfeiçoamento nos procedimentos para registros no INSS, dentre outras medidas.
Os delegados desta 11ª Conferência Nacional também aprovaram que, dentre as cláusulas da minuta relativas à remuneração, deverá constar reivindicação para que os bancos antecipem o 13º salário para todos os trabalhadores licenciados por motivo de agravo à saúde e licença maternidade.
"As propostas aprovadas visam aprimorar o combate ao assédio moral, à violência organizacional e às metas abusivas. Além disso, buscamos resgatar a dignidade dos bancários adoecidos, por meio de maior responsabilização dos bancos, que são os verdadeiros responsáveis pelos agravos aos trabalhadores", afirma Plínio Pavão, secretário de Saúde da Contraf-CUT.
Fonte: Lucimar Cruz Beraldo/Rede de Comunicação dos Bancários
Conferência define reivindicações de segurança e previdência complementar
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Crédito: Renato Silva/Rede de Comunicação dos Bancários A plenária geral da 11ª Conferência Nacional dos Bancários definiu neste sábado 18 as cláusulas de segurança e previdência complementar que integrarão a pauta de reivindicações da categoria para a Campanha Nacional 2009, a ser entregue aos banqueiros em agosto. Neste domingo 19, último dia da Conferência, a plenária continua com o fechamento das cláusulas de saúde e emprego e remuneração, e com a definição da estratégia de luta para a Campanha Nacional 2009.
Antes da plenária, na parte da manhã, os 600 delegados eleitos nos encontros regionais de todo o país, mais os integrantes do Comando Nacional dos Bancários, fizeram um debate, com a presença do superintendente técnico do Dieese, Sérgio Mendonça, sobre a conjuntura política e econômica em que se dará a Campanha Nacional de 2009.
Também foi realizado um debate sobre o Mapa da Diversidade, reivindicação histórica dos bancários e apresentado pela federação dos bancos recentemente, com a participação da coordenadora da pesquisa, professora e pesquisadora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert), Maria Aparecida da Silva Bento.
Veja o que foi discutido e decidido na plenária deste sábado:
> Bancários decidem intensificar luta por Previdência Complementar para todos
> Conferência aprova cláusulas de segurança da pauta de reivindicações
> ‘Agenda setorial dos bancários interessa a todo país’, diz economista do Dieese
> Aumento real e fim do assédio moral são prioridades dos bancários, diz pesquisa
> ‘Desigualdade só acabará quando todos participarem’, alerta pesquisadora
Fnte: Rede de Comunicação dos Bancários
Bancários decidem intensificar luta por Previdência Complementar para todos |
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Crédito: Renato Silva/Rede de Comunicação dos Bancários O plenário geral da 11ª Conferência Nacional dos Bancários aprovou no início da noite deste sábado (18) as reivindicações da categoria referentes à Previdência Complementar. As propostas estão em sintonia com as deliberações de 2008 e ganham também destaque na Campanha Nacional deste ano.
O objetivo central dos bancários é assegurar nas negociações a implantação de Previdência Complementar em todos os bancos, com gestão compartilhada e representantes eleitos pelos participantes na direção e conselhos dos fundos de pensão. A maioria das instituições financeiras privadas não propicia essa oportunidade aos seus funcionários.
Além de lutar pela universalização do direito a fundo de pensão entre os bancários, a plenária da Conferência respaldou a proposta de criação de três fundos específicos, patrocinados pelas instituições financeiras, para custear o auxílio-alimentação, a Participação nos Lucros e Resultados e o plano de saúde dos funcionários durante a aposentadoria.
Entre várias ações políticas aprovadas, a categoria decidiu também exigir o fim do fator previdenciário, mecanismo de redução das aposentadorias adotado na Reforma Previdenciária de 1998.
Confira a íntegra das reivindicações e as ações políticas aprovadas:
ARTIGO XXX – PLANOS DE PREVIDÊCIA COMPLEMENTAR
Os bancos abrangidos por esta Convenção se comprometem a instituir e patrocinar, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, Plano de Previdência Complementar fechado para todos os seus empregados, com objetivo de garantir a suplementação de aposentadoria e pensão por morte e invalidez.
§ 1° – Os bancos que já patrocinam planos de previdência adequarão seus regulamentos, no prazo de 180 (cento e oitenta dias) que deverão conter as cláusulas abaixo.
§ 2°- O plano de benefício terá caráter universal, sendo oferecido obrigatoriamente para todos os empregados.
§ 3° – No prazo de 180 dias previsto no "caput" será elaborado o regulamento do plano de benefícios do fundo, que será submetido à aprovação de todos os trabalhadores abrangidos, mediante votação direta fiscalizada pelas entidades sindicais signatárias desta Convenção.
§ 4° – Qualquer alteração nos estatutos e regulamento do plano de benefícios, tanto dos fundos a serem criados quanto dos já existentes anteriormente à vigência desta Convenção, será submetida à votação direta de todos os participantes.
§ 5° – A gestão dos fundos de previdência, tanto os que vierem a ser criados quanto os já patrocinados pelas empresas do ramo financeiro, será compartilhada, garantindo-se aos representantes dos participantes a maioria votante na Diretoria Executiva, no Conselho Deliberativo e no Conselho Fiscal.
§ 6º – A eleição dos representantes nos órgãos de gestão dos fundos será através do voto direto dos participantes ativos e assistidos.
§ 7º – As empresas abrangidas por esta Convenção que já patrocinem fundo de previdência complementar garantirão a manutenção dos benefícios, regulamentos e condições estipulados no contrato inicial firmado pelo participante quando de sua adesão ao plano, mantendo as condições mais vantajosas aos participantes.
§ 8° – O plano de previdência terá contribuição da patrocinadora e empregados. A contribuição da patrocinadora será, no mínimo, paritária. O plano de previdência poderá prever contribuições extraordinárias dos empregados.
§ 9° – O plano de previdência preverá contribuição mínima.
§ 10 – Em casos de planos de Benefício Definido já existentes, esses terão previsão de benefício mínimo.
§ 11 – O plano de previdência preverá o direito a benefício de renda continuada proporcional para o empregado com mais de 10 (dez) anos de plano.
§ 12 – O plano de previdência preverá as opções de resgate e portabilidade de 100% (cem por cento) da reserva matemática nos casos de planos de benefício definido (no mínimo, a reserva de poupança) ou de 100% (cem por cento) do saldo de conta total de participante na modalidade contribuição definida, em caso de desligamento do plano.
§ 13 – Os bancos abrangidos por esta Convenção se comprometem a instituir e patrocinar, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, sem custo para os participantes, planos de benefícios suplementares específicos para suprir:
I – a cessação do recebimento do Auxílio Alimentação;
II – a falta de recebimento da Participação nos Lucros e Resultados; e
III – a alteração na modalidade de plano de saúde oferecido no momento da aposentadoria.
Estratégia – Propostas de ações políticas
1) Quanto à Previdência Complementar: – Exigir a transparência nos fundos de pensão; – Definir a participação nos fundos nos casos de aquisição ou fusão entre empresas; – Convencionar a extensão de direitos aos aposentados; – Lutar contra a resolução CGPC 26; – Lutar pelo fim do voto de Minerva; – Exigir que a Secretaria de Previdência Complementar regulamente a base de cálculo para estipular a taxa de administração aplicável nos planos de benefícios; – Priorizar o debate sobre previdência complementar nos sindicatos; – Estimular a adesão dos trabalhadores que ainda não participam de planos de benefícios; – Incentivar os Sindicatos a fazerem campanhas de associação à ANAPAR – Associação Nacional de Participantes de Fundos de Pensão; – Realizar atividades contra atos (desmandos), embora legais, da Secretaria de Previdência Complementar; e – Desmistificar a imagem passada pela mídia de que o patrimônio dos fundos de previdência são compostos por dinheiro público.
2) Quanto à Previdência Social: – Incentivar participação nos Conselhos Locais de Previdência Social; – Lutar pelo fim do fator previdenciário; e – Em regime de urgência, ampliar o debate relacionado à proposta do Pepe Vargas (fórmula 85/95 sem idade mínima), mantendo a luta pelo fim do fator previdenciário.
Fonte: Evando Peixoto/Rede de Comunicação dos Bancários
Aumento real e fim do assédio moral são prioridades dos bancários, diz pesquisa |
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Pesquisa de opinião com os bancários de todo país, encomendada pelo Comando Nacional e elaborada pela Fundação Escola de Sociologia e Política Jr (Fesp Jr), foi apresentada neste sábado 18 na 11ª Conferência Nacional dos Bancários, que está sendo realizada em São Paulo. O aumento real do salário, a elevação da PLR e do vale-alimentação e a valorização dos pisos salariais, além do combate ao assédio moral, foram considerados prioritários pelos bancários na Campanha Nacional 2009. 56,2% responderam que o índice de reajuste total reivindicado deve ser entre 5% a 10%.
A categoria também quer preservar os empregos, planos de previdência complementar, Plano de Cargos e Salários (PCS) e mais segurança nas agências. Clique aqui para acessar a pesquisa, realizada entre os dias 18 de junho e 3 de julho de 2009, com 1.600 bancários em 17 capitais e no Distrito Federal. A amostra foi realizada por Estado e por segmentação de bancos públicos e privados.
O levantamento nacional revelou que 51,7% da categoria é formada por homens. Cerca de metade dos trabalhadores possui superior completo e 60% são filiados aos sindicatos da categoria.
Nos bancos públicos, 29,9% trabalham há mais de dez anos, a maioria ocupa cargos de Assistente/Auxiliar/Atendimento (56,5%) e 55,1% são filiados aos sindicatos. Já nos privados, 30,9% trabalham há mais de dez anos; 43,9% ocupam cargos de Assistente/Auxiliar/Atendimento.
A maioria avalia que a política atual em curso levará ao crescimento econômico e tem na educação a principal área em que se espera que o governo amplie a atuação.
Fonte: Júnior Barreto/Rede de Comunicação dos Bancários
Conferência aprova cláusulas de segurança da pauta de reivindicações |
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Crédito: Renato Silva/Rede de Comunicação dos Bancários A plenária geral da 11ª Conferência Nacional dos Bancários referendou neste sábado 18 a pauta de reivindicações sobre segurança que havia sido aprovada na sexta 17 pelo encontro temático sobre o tema. O conjunto de itens será agora incorporado à pauta de reivindicações geral da categoria a ser entregue para os banqueiros no início de agosto, dentro da Campanha Nacional 2009.
Veja a íntegra das reivindicações:
Artigo 75 – Comissão de Segurança Bancária
As partes ajustam entre si a manutenção e continuidade dos trabalhos da Comissão de Segurança Bancária, constituída pela cláusula Quadragésima Terceira da Convenção Coletiva de Trabalho 1991/1992 e mantida nos instrumentos subseqüentes.
§ 1º – A comissão acima também deverá elaborar Plano com medidas específicas, objetivando prevenir assaltos e que visem a segurança e a integridade física e psicológica dos trabalhadores, bem como apresentar proposta de solução dos problemas afetos aos mesmos, em decorrência de assaltos já ocorridos.
§ 2º – Os Bancos exigirão, nos contratos de prestação de serviços de vigilância, treinamento específico nos padrões normatizados pela Polícia Federal, com acompanhamento pela Comissão, bem como curso de extensão em segurança bancária, disponibilizando ainda cadeiras para realização de pausa e instalação de escudo blindado para o vigilante.
Artigo 76 – Segurança nos Estabelecimentos Bancários
Os bancos deverão tomar todas as providências cabíveis para dotar suas instalações de condições de segurança contra roubos, seqüestros e agressões, tendo como objetivo a defesa dos trabalhadores dos estabelecimentos bancários, bem como dos usuários de seus serviços, garantindo, ainda, a incolumidade física e psicológica dos mesmos.
§ 1º – A garantia estabelecida no caput deverá ser implementada em um prazo de 120 dias, salvo nos Estados e municípios onde houver leis e prazos específicos, observando as seguintes medidas:
a) instalação de porta de segurança com detector de metais, em todos os acessos aos estabelecimentos, com realocação das já existentes, devendo as mesmas estarem fixadas antes do autoatendimento, vidros à prova de balas e recipientes para guarda de objetos em todas as unidades bancárias;
b) instalação de equipamentos de filmagem camuflados, com monitoramento fora das agências e postos, que possibilitem a identificação dos criminosos.
c) instalação de vidros laminados resistentes a impactos e a disparos de armas de fogo. nas fachadas externas no nível térreo e nas divisórias internas das agências e nos postos no mesmo piso;
§ 2º – Fica vedado aos bancários e às bancárias a tarefa de transporte e guarda de quaisquer numerários, malotes e de chaves de acesso aos cofres, bem como a guarda de acionadores de alarme, ficando esses serviços sob responsabilidade de empresas especializadas em segurança.
§ 3º – As Agências serão abertas por empresas especializadas em segurança e aos empregados pelos vigilantes que estiverem em serviço.
§ 4º – É vedada a utilização dos vigilantes em qualquer função que não seja a de garantir a segurança da unidade dos trabalhadores e de seus usuários.
§ 5º – É obrigatória a manutenção de vigilante nas salas de autoatendimento, garantindo-lhe condições adequadas de segurança.
§ 6º – Nenhuma unidade bancária será inaugurada ou aberta para expediente ao público sem a implementação do plano de segurança aprovado pela Policia Federal.
§ 7º – O Banco emitirá CAT (Comunicado de Acidente de Trabalho) a todos os funcionários que presenciaram o assalto, consumado ou não, bem como aos vitimados por seqüestro, ainda que não consumado.
§ 8º – Em caso de assalto/seqüestro, consumado ou não, arrombamento e furto a qualquer dependência do Banco, inclusive PAB, deverá ser feita comunicação interna onde será registrado o evento, nominando os funcionários presentes e os fatos ocorridos, junto com o Boletim de Ocorrência Policial, com envio imediato de cópias para a CONTRAF e Sindicato local, ficando assegurado o acompanhamento dos desdobramentos pelas entidades.
§ 9º – Na ocorrência de assalto, o banco designará um advogado para acompanhar o funcionário por ocasião do comparecimento ao órgão policial.
§ 10 – Em caso de disparo do sistema de alarme, fora do horário de expediente de trabalho, caberá à empresa de segurança averiguar o ocorrido, devendo acionar a área de segurança do banco.
§ 11 – Os bancos deverão instalar divisórias individualizadas na bateria de caixas, bem como entre os caixas eletrônicos na sala de autoatendimento.
§ 12 – Os bancos deverão elaborar, em conjunto com as entidades sindicais, orientações preventivas contra assaltos e seqüestros.
Artigo 77 – Medidas Reparatórias em decorrência de assaltos e sequestros
As Instituições Financeiras repararão os danos materiais e psicológicos decorrentes de assaltos e seqüestro contra seus funcionários.
§ 1º – Será prestado pelos Bancos atendimento necessário (médico, psicológico, segurança) ao bancário e a sua família em caso de ameaças, seqüestros e outros delitos, consumados ou não, que tenham como objetivo a realização de assaltos às agências ou unidades bancárias. E caso o trabalhador ou familiares tenham que auxiliar a polícia no reconhecimento dos delinqüentes, a empresa deverá garantir segurança individual para os mesmos, enquanto se fizer necessário.
§ 2º – No caso de assalto a qualquer agência bancária ou posto de atendimento bancário, consumado ou não, será feita comunicação imediata à CIPA e ao sindicato profissional e será fechado o estabelecimento, até que as condições de segurança necessárias sejam restabelecidas, sendo que os empregados serão dispensados das atividades nesse dia e somente retornarão ao estabelecimento após execução das medidas cabíveis e após a avaliação do quadro de saúde dos empregados.
§ 3º – Os bancos pagarão uma indenização de 100 salários mínimos do Dieese para todos os empregados que foram vítimas de assalto ou seqüestro, consumado ou não, seja bancário, seja vigilante, seja outro trabalhador, seja cliente ou usuário, como medida reparatória em função das condições de insegurança do estabelecimento.
Artigo 78 – Indenização por Morte ou Incapacidade em Decorrência de Assalto
Em conseqüência de assalto ou seqüestro, consumado ou não, os bancos pagarão indenização ao empregado ou a seus dependentes legais, no caso de morte ou incapacidade permanente, na importância de 100 Salários Mínimos do Dieese.
§ 1° – A indenização de que trata o presente artigo poderá ser substituída por seguro pago exclusivamente pelo Banco, a critério deste, desde que nas mesmas condições apresentadas no "caput".
§ 2° – O Banco complementará a pensão vitalícia paga pelo INSS, em caso de invalidez ou morte, no valor correspondente ao salário integral da vitima a época do acidente, corrigido anualmente pela CCT.
Artigo 79 – Eliminação de Riscos
As empresas abrangidas por esta convenção tomarão todas as medidas cabíveis, com ênfase nas de caráter coletivo e preventivo, que ofereçam completa proteção contra os riscos de acidente do trabalho e/ou de doença de origem ocupacional.
§ 1º – Os bancos garantirão aos seus empregados, a realização do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO – no mesmo município da prestação dos serviços.
§ 2º – Além da implementação destas medidas, ressalvadas as condições mais favoráveis já estabelecidas em regulamentos, convenções e acordos coletivos, serão pagos os seguintes adicionais:
I – Adicional de Insalubridade de 40% (quarenta por cento) do salário mensal, que integrará o salário do empregado para todos os efeitos legais, calculado sobre a globalidade salarial, para aqueles que prestam ou venham a prestar serviços em áreas que ofereçam riscos à saúde, ainda que as situações sejam provisórias, assim compreendidos:
a. setores de mecanização, produção em CPD, microfilmagem, tesouraria, laboratório, revelação de filmes, manipulação de substâncias tóxicas, avaliação de jóias, marcenaria, ar condicionado, pintura e recepção de ambulatório.
b. Empregados que exerçam ou venham a exercer a função de caixa em subsolo ou postos de trabalho localizados em empresas que estejam obrigados ao pagamento do referido adicional.
II) Adicional de Periculosidade e risco de vida – Será devido o adicional de periculosidade, de 40% (quarenta por cento), calculado sobre todas as parcelas que integram a remuneração mensal, a todos os empregados que trabalhem em atividades de risco ou setores no qual se exerça essa atividade, ou trabalhem em postos bancários e empresas que paguem este adicional a seus empregados.
III) Adicional de Penosidade – nunca inferior a 40% (quarenta por cento) do salário mensal, a todos os empregados que exerçam atividades física ou mental exaustivas, segundo definição a ser negociada com representantes das entidades sindicais convenentes nos 60 (sessenta) dias que sucederem a assinatura do presente instrumento coletivo de trabalho.
§ 3° – O adicional previsto na alínea "b" do parágrafo segundo também será devido a todos os empregados em agências e postos de atendimento bancário, devido à insegurança e ameaças constantes de assaltos e seqüestros.
Fonte: André Rossi/Rede de Comunicação dos Bancários
‘Desigualdade só acabará quando todos participarem’, alerta pesquisadora
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Crédito: Renato Silva/Rede de Comunicação dos Bancários O Mapa da Diversidade foi debatido durante a 11ª Conferência Nacional dos Bancários com a participação da coordenadora da pesquisa, professora e pesquisadora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), Maria Aparecida da Silva Bento. Os delegados bancários de todo país discutiram na tarde de sábado 18 a importância de se apropriar das informações do Mapa da Diversidade – que ouviu 204.794 trabalhadores nacionalmente – e envolver outros atores da sociedade na discussão.
"O Mapa da Diversidade vai ajudar na reflexão sobre a democratização dos meios de recrutamento no mundo do trabalho e orientar ações de recursos humanos na correção de distorções. O envolvimento de outros atores da sociedade, como o Ministério Público do Trabalho, mostra o sucesso do que foi feito", afirmou a professora.
A professora revelou ainda que os bancários são protagonistas de um momento histórico. "Nenhuma outra categoria, além da bancária, tem a preocupação em saber quem compõe o mercado de trabalho, se é branco, negro, homem, mulher", ressaltou.
No entanto, a desigualdade só deixará de existir, se quem não se enquadra se sentir responsável. Isto é, "se os incluídos" não fizerem parte da luta, haverá a formação de guetos e não o fim da desigualdade. "Daqui 3 a 5 anos, haverá uma diferença significativa no campo de trabalho nos bancos, com relação à luta pela igualdade de oportunidades, porque é um setor que responde rápido, mas isso só acontecerá, se a categoria tomar para a essa responsabilidade", alerta.
A secretária de Políticas Sócias da Contraf-CUT, Deise Recoaro, disse que os trabalhadores têm de se apropriar das informações do mapa e lutar para que as distorções sejam corrigidas. "Nosso desafio é colocar na Convenção Coletiva mecanismos que combatam a discriminação de mulheres, negros e outras injustiças."
Fonte: Andréa Ono, Carlos Fernandes e Viviane Claudino/Rede de Comunicação dos Bancários
‘O problema nos bancos é a forma nefasta como o trabalho está organizado’
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O modo de organização do trabalho bancário se tornou uma das maiores fontes de problemas para a categoria. A pressão constante, o assédio moral e a sobrecarga de trabalho se tornaram rotinas no cotidiano dos funcionários dos bancos. Para discutir essas questões e os desafios da categoria para a promoção da qualidade de vida no ambiente de trabalho, a Rede de Comunicação dos bancários falou com Laerte Idal Sznelwar, médico do trabalho e professor do Departamento de Engenharia da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. A conversa se deu após a palestra proferidas pelo professor no 5º Encontro de Saúde e Condições de Trabalho, na sexta-feira, dentro da 11ª Conferência Nacional dos Bancários.
Rede de Comunicação dos Bancários – Frederick Taylor, considerado o pai da administração científica, afirmava que era preciso formar nas grandes fábricas um homem domesticado. Trabalhador do tipo bovino: o "homem-boi", forte e dócil. Você considera que hoje é o bancário que executa este modelo de trabalho na atualidade?
Laerte Idal Sznelvar – É difícil dar uma resposta a essa questão, mas vou colocar alguns elementos. Acredito que hoje em dia há coisas bem piores. Sobre o que você falou não deixa realmente de ser um desrespeito com o que é o sujeito humano. Você separar o que é o humano em vários "pedaços", dizer a eles que não precisam usar a inteligência, de ter iniciativa, vontades, enfim, é uma forma de relação de poder muito pesada, de como se busca a dominação com relação ao mundo do trabalho. Algo que é mais antigo do que andar pra frente, apesar de que não falávamos de trabalho, mas sim de escravidão.
Mas, o que eu acho pior, é que Taylor, pelo menos, por incrível que pareça esse paradoxo (risos), foi buscar junto aos próprios trabalhadores a fonte do seu conhecimento. O que é uma forma de expropriação como todos falam, mas, por outro lado, mostra certo respeito porque a fonte do conhecimento dele era o trabalhador. Então tem um paradoxo aí.
RCB – E quais são os fatores atualmente que se distanciam do que foi proposto na administração científica do trabalho?
Laerte – Atualmente se projeta as coisas e não se busca junto aos trabalhadores o que é a realidade. Isso eu acho que é muito grave porque às vezes se cria um mundo mais falso, achando que por ali vão se resolver os problemas. E há outros dois fatores: hoje em dia se usa e se busca a inteligência do trabalhador, e não só a inteligência, mas também o afeto. Você vê isso em várias formas de gestão, mas não como espaço para que as pessoas existam como sujeitos, e sim para instrumentalizar isso como fonte de produtividade e qualidade segundo alguns critérios restritivos. Então, por alguns motivos, acho que hoje em dia é ainda pior. Por isso, temos que tomar muito cuidado de como enxergamos a possibilidade de emancipação das pessoas e não de instrumentalização delas.
RCB – Os gestores têm consciência de que muitas vezes estão promovendo o assédio moral por essa via da instrumentalização?
Laerte – Não. Não acredito que o façam conscientemente. Evidentemente que se vai sempre encontrar em qualquer sociedade, nas empresas que são parte da sociedade, porque são organismos sociais, vão se encontrar alguns estrategistas que pensam de maneira mais maniqueísta, que pensem nessa manipulação dos outros.
Acho que as pessoas, para exercer um papel desses, se elas ainda guardam um pouco de consciência moral, não têm isso de forma clara. Tem isso meio turvo. Dizem: bom, não tem outro jeito, essa é a melhor maneira para se fazer, não dará certo de outra forma. Então tem uma discussão de se tornar essas coisas banais e reduzir o nível de consciência em relação ao problema. Tem um livro do Dejours (Christopher Dejours, psicanalista francês), de difícil leitura, mas muito importante, que se chama A Banalização da Injustiça Social. Segundo o Dejours, isso acaba sendo transformado em algo bom, que é o normal, "então eu faço o que é normal. Não estou fazendo nada de mal".
Esse livro do Dejours vem na linhagem de um trabalho que começou (não teve origem aí), mas que foi fortemente evidenciado pela Hannah Arendt (teórica política alemã), quando ela discutia a banalidade do mal a propósito dos dirigentes nazistas, mais especificamente do Eichmann (um dos responsáveis pelo processo de execução de milhões de judeus nos campos de concentração nazistas). Claro que ele sabia o que estava fazendo, mas ele se dizia um cumpridor de tarefas, que era uma pequena parte daquele sistema monstruoso feito exclusivamente para matar. Mas, como sou apenas uma peça dessa engrenagem, não me dou conta do resto, dizia.
Então, isso é uma coisa muito importante, inclusive na questão da psicodinâmica, da ação do individuo no mundo, é uma ação que não pode ser restrita. Como dizem: "não, o que estou fazendo é o que há de melhor, sou muito bom nisso, sou excelente no zelo pra matar as pessoas", que é o que os nazistas faziam.
RCB – Você diz que as coisas podem ser feitas de outras formas…
Laerte – Evidentemente que não estou dizendo que as pessoas que trabalham nas empresas são nazistas, pelo amor de Deus. Mas o risco é banalizar. Como não tem outra saída? "Ah! Se não fizer assim, a empresa vai falir, o país vai pra bancarrota". Isso não é verdade. Felizmente na humanidade tem muitas maneiras de se fazer. Talvez isso seja uma herança do taylorismo que dizia: só tem um jeito de se fazer.
Isso é uma bobagem, temos que olhar o mundo com olhares da complexidade. Observar que as coisas não são definitivas. Não conseguíamos enxergar, como o que acontece agora, a bancarrota econômica de um modelo que se dizia ser "o" modelo. Qualquer modelo é uma redução da realidade e deve ser visto assim.
RCB – Muitos gestores bancários dizem aos seus subordinados que precisam tirar a venda dos olhos para trabalhar e que por isso enxergam as coisas enviesadas. Como trazer à tona essas questões que você levanta?
Laerte – Todo olhar é enviesado, acho que isso é fundamental. Eu só vou respeitar a existência do sujeito se de fato você vai falar para mim o que você viveu, com teu viés, se você sofreu isso ou aquilo. Não pode dizer com meu olhar, nem com o desses dirigentes. O problema é saber, ao conversar com uma pessoa dessas, o quanto está sendo colocado aquele manto, véu defensivo de quem não quer entrar no debate, então joga o problema para o outro. Essa é uma abordagem que usamos bastante na psicodinâmica do trabalho, para que as pessoas coloquem seus próprios pontos de vista. Inclusive, porque o seu olhar é só parte. Isso é interessante, porque eu olho e não me enxergo. Consigo ver só uma parte, mas não estou olhando a minha cara. No final das contas, eu me enxergo olhando de mim para o mundo. Evidentemente que o mundo me trouxe uma série de informações que eu trabalhei e vivi de alguma maneira.
Agora é bem capaz de que o discurso dessas pessoas seja defensivo. Jogo a bomba para você para que eu mesmo não tenha que pensar. "Eu, como dirigente de banco, não posso pensar isso, porque o que estou fazendo de fato é muito bom."
RCB – As consequências disso…
Laerte – O problema, para essas pessoas que carregam esse discurso defensivo, é que pode ser que um dia elas voltem a si sem perceber. Ao não refletir, não pensar sobre as próprias ações, um dia se pode cair do mundo e se dar conta do que está fazendo, de que sendo feita uma grande besteira, de não ter escutado há um tempo atrás um "trabalhadorzinho" da base que tinha uma vivência que podia trazer alguma coisa. Então, também tem certa humildade para saber escutar o que o outro tem a dizer. Isto não significa que um tenha a verdade e outro esteja mentindo, são pontos de vista.
RCB – Quais os recursos para que os jovens que ingressam nos bancos não sejam facilmente manipulados pelas empresas?
Laerte – Pensando no jovem, acho que ele não é tão facilmente manipulável. Manipulável é a própria ambição. Vejo isso com meus alunos que vão trabalhar nos bancos, nas mesas de operação, porque se acha que vai ganhar uma grana rápido, e aquilo acaba passando, como se tomou uma chuva, secou e foi embora. Isso deixa alguma coisa em você. No final das contas, a manipulação estaria aí.
Bom, você vai ter trabalho, salário, mas o importante é ressaltar que ser bancário não é ruim. É uma profissão excelente, o problema é como o trabalho está organizado. Muita gente foi bancário a vida toda e se deu muito bem. O problema é quando você começa a viver cada vez mais essas maneiras de organizar o trabalho que são extremamente nefastas. Claro que também não dá para generalizar que este mesmo modelo acontece em todos os bancos porque não conheço a fundo. Haverá situações melhores ou piores. O grande risco é que a maneira de como o trabalho é organizado deixa espaços para essas pessoas, que às vezes, mesmo inconscientemente, infligem o mal para o outro, sem que a própria estrutura da organização se dê conta que aquele cara no fim das contas está fazendo mais mal do que ajudando o próprio banco. Vejo os trabalhadores dizendo entre si: "ah, aquele gerente é um ‘nazistão’". Bom, se ele é, é porque alguém deixa.
RCB – O que precisa ser feito?
Laerte – Tem que discutir essa estrutura tanto com o jovem, o menos jovem e o mais idoso, que é recuperar a possibilidade de dizer. O jovem chega cheio de sonhos também. Então, não pode matar esse desejo, tem que mantê-lo vivo, e não é simplesmente material. E aos poucos se dão conta rapidamente de que se existem outros desejos, que é de trabalhar bem, fazer as coisas bem feitas, e acaba muitas vezes sobrepujando a vontade de ter ganhos apenas materiais. Nada contra, mas não basta. Então é não perder os sonhos, mas os sonhos verdadeiros, os desejos que são de fato, de ser alguém, inclusive através do trabalho, mas não apenas no sentido material do tempo.
Fnte: Júnior Barreto/Rede de Comunicação dos Bancários
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