A criação Canal de Apoio às Empregadas em Situação de Violência Doméstica vinha sendo cobrada constantemente pelos representantes dos empregados há mais de um ano
Conquista do Comando Nacional dos Bancários, oficializada em fevereiro de 2020 pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), o Canal de Apoio às Empregadas em Situação de Violência Doméstica e Família foi lançado nesta terça-feira (18) pela Caixa Econômica Federal.
“Essa foi mais uma das conquistas históricas da categoria bancária, que está sempre na vanguarda da luta em defesa dos trabalhadores e das trabalhadoras. É fundamental que as colegas vítimas de violência tenham um lugar seguro para procurar ajuda num momento tão difícil como este. Pena a Caixa ter demorado tanto para implantar este canal”, afirmou Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/ Caixa) e secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), ao lembrar que foram muitas cobranças do movimento sindical neste período de mais de um ano.
O Acolhe, como foi batizado, oferece escuta qualificada e orientações sobre serviços e medidas de apoio às vítimas, com o sigilo das informações garantidos. O atendimento será realizado por empregadas treinadas, além de uma equipe multidisciplinar de profissionais credenciadas, como psicólogas e assistentes sociais, em parceria entre a Diretoria Executiva de Pessoas (DEPES) e a Ouvidoria (OUVID).
“A criação de um canal destacado, foi, com certeza, um passo muito importante para avançarmos na luta das trabalhadoras bancárias afim de romper o ciclo da violência. Nós temos cobrados que todos os bancos, que já fazem o atendimento, sigam o exemplo da Caixa e um local específico e seguro para as mulheres”, disse a secretária da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis.
As empregadas receberão informações práticas para registro de denúncia, assistência jurídica, rede de serviços públicos de atendimento psicossocial, entre outros. Caso a equipe de acolhimento indique a necessidade de alguma medida de apoio, os gestores poderão ser informados, se houver o consentimento da empregada.
“Estamos vivendo um momento difícil para as mulheres no Brasil, com uma onda de conservadorismo e ódio representada pelo atual governo e uma pandemia que agravou ainda mais a situação de violência. Todas nós podemos ser vítimas e, por isso, a criação do canal é uma conquista muito importante das bancárias. É fundamental darmos ampla visibilidade ao Acolhe para garantir que as empregadas tenham o apoio necessário contra a violência doméstica”, afirmou Eliana Brasil, representante da Fetrafi-MG/CUT nas negociações com a Caixa. “Ainda precisamos formas de acompanhar o funcionamento deste canal, pois não basta apenas cria-lo, ele tem que ajudar efetivamente às empregadas vítimas de violência”, completou Eliana Brasil.
As empregadas podem acionar o serviço pelo número (61) 3521-6188, e pelo aplicativo Sou CAIXA, na versão web. O canal telefônico funciona de segunda a sexta, das 12h às 18h.
Canal de atendimento
A criação do canal de atendimento às bancárias vítimas de violência é uma proposta pelo Coletivo Nacional das Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), para enfrentamento à violência contra a mulher. Foi proposta em março de 2019 e foi atendida pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em mesa de negociação, em fevereiro de 2020.
Fonte: Contraf-CUT