Governo, trabalhadores e setores produtivo e de serviços defendem queda dos juros
A redução da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, ganha cada vez mais apoio dos mais diversos segmentos do país. Na última quarta (22), o Copom, comitê do Banco Central (BC) que determina o índice, decidiu mantê-lo no elevadíssimo patamar de 13,75% ao ano. O Brasil está no topo do ranking mundial de juros mais altos.
Reportagem da Rede Brasil Atual mostra que “do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), amplos setores criticaram a manutenção dos juros reais mais altos do mundo”, numa “quase unanimidade contra a atual política monetária que asfixia a economia do país”.
Entre as manifestações destacadas estão a do presidente Lula, que declarou que “não tem explicação para nenhum ser humano no planeta terra a taxa de juros no Brasil estar a 13,75%”, e de seu vice, Geraldo Alckmin, que definiu a atitude do BC como de “muito radicalismo”, pois “não há uma inflação de demanda, pelo contrário. É preciso estimular a atividade econômica”.
O movimento dos trabalhadores, que vem promovendo protestos pela redução dos juros no Brasil, como na última terça (21), é mencionado pela CUT, que “atacou a ausência de sintonia do BC com o esforço de retomada do crescimento por parte do governo Lula”, e pela Força Sindical, que disse que “o país é refém de poderosíssimos interesses dos rentistas”.
No campo do capital, a matéria cita o grupo Lide (do ex-governador de São Paulo João Doria) e Luiza Trajano (presidenta do conselho de administração do Magazine Luiza), além de representantes de outros gigantes do varejo, como Via, Riachuello e Renner.
O portal anota ainda que o jornal Valor Econômico chamou de “devastação” a queda das ações das principais empresas desse setor e que o presidente da Fiesp, Josué Gomes, classificou as taxas de juros no Brasil como “pornográficas”.
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Fonte: Contraf-CUT